Economia brasileira registra crescimento de 3,4% em 2024, mas riscos fiscais persistem

Economia brasileira supera expectativas com crescimento de 3,4% em 2024, mas analistas alertam para riscos fiscais e debates eleitorais.

30/09/2025 18:18

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(Imagem de reprodução da internet).

Economia Brasileira: Desafios e Perspectivas (28 de Novembro de 2024)

Em 28 de novembro de 2024, o Brasil enfrentou um momento crucial para sua história econômica. O ministro da Economia, Fernando Haddad, anunciou um pacote de cortes de gastos em uma transmissão nacional, após semanas de alertas sobre o risco fiscal do país e a expectativa de uma ação mais decisiva do governo para controlar os gastos. O pacote, que previa um corte de R$70 bilhões em dois anos, incluiu uma medida inesperada: a isenção de impostos para trabalhadores com renda até R$5.000 mensais, um ponto em discussão no Congresso.

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Impactos Imediatos e Desconfiança

A medida gerou uma onda de desconfiança nos agentes do mercado, atingindo o menor patamar de confiança já registrado. Nos dias seguintes, o dólar atingiu R$6,19, um fenômeno que, segundo analistas de mercado, refletia a falta de confiança, e as taxas de juros do DI (taxa interna de referência) dispararam. Em setembro de 2025, o país já lidava com uma taxa Selic de 15% ao ano, enquanto o Banco Central tentava conter a inflação, com crescente desconfiança na solidez das contas públicas.

Inflação, Taxas de Juros e Expectativas

A inflação persistiu, superando as metas estabelecidas de outubro a dezembro de 2024 e repetindo-se em 2025, com um aumento mensal acima da meta. A taxa Selic, inicialmente em 11,25% ao ano em janeiro, foi reduzida para 10,5% em julho e, posteriormente, aumentou para 12% em dezembro, com novas altas no início de 2025. Essa trajetória de altas taxas de juros impactou negativamente o setor privado, gerando incertezas e dificultando o planejamento de longo prazo.

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Análise de Especialistas e Cenários Futuros

Samuel Pessoa, pesquisador adjunto do Instituto de Estudos Econômicos (Ibre) da Fundação Getulio Vargas, e Julius Baer Family Office, observou a dificuldade da sociedade em encontrar um equilíbrio entre o crescimento econômico, que impulsiona o consumo e o bem-estar, e a sustentabilidade das políticas econômicas. Andrea D’Amico, CEO da Busysidebrazil Economic Consultancy, destacou a contribuição do expansionismo fiscal, o resiliência do mercado de trabalho e a expansão do crédito para o crescimento da economia. A inflação, especialmente nos serviços, também exerceu pressão sobre a política monetária do Banco Central.

Desafios Estruturais e Incertidões

A complexidade da situação econômica brasileira é evidenciada pela incerteza em relação ao futuro. A trajetória de alta das taxas de juros, a dívida pública em constante crescimento (atingindo 76,5% do PIB em 2024) e o déficit fiscal persistente representam desafios estruturais que podem impedir um ciclo de crescimento sustentável. A incerteza em relação às decisões políticas, especialmente em relação ao apoio de Jair Bolsonaro em 2026, também contribui para a instabilidade.

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Conclusão: Um Caminho Incerto

O cenário econômico brasileiro em 2024 e 2025 é marcado por desafios complexos e incertezas. A busca por um ciclo de crescimento sustentável exige reformas estruturais, controle fiscal e políticas econômicas que promovam a confiança e a estabilidade. A trajetória do país dependerá da capacidade de superar esses desafios e construir um futuro mais próspero e equilibrado.

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.