A remoção do órgão é frequente no tratamento de cálculos que se desenvolvem nele, geralmente com uma recuperação suave e sem gerar problemas adicionais.
A cirurgia para remoção da vesícula biliar, conhecida como colecistectomia, é uma das operações abdominais mais frequentes no Brasil. Ela se destina a tratar cálculos biliares, também chamados de “pedras” na vesícula, ou colecistopatia biliar calculosa. Acredita-se que essa condição afete até 20% da população brasileira.
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Estudo publicado em 2024 na Brazilian Journal of Health Review, realizado por cientistas de universidades brasileiras e da Bolívia, aponta que, no período de 2019 a 2023, ocorreram 1,3 milhão de internações envolvendo pacientes com mais de 15 anos no Sistema Único de Saúde (SUS).
Com base nos dados da plataforma DATASUS, o estudo também demonstra que a incidência de colecistopatia calculosa é 3,1 vezes maior em mulheres do que em homens, considerando as internações mapeadas no levantamento, com 1.059.926 casos em mulheres e 328.213 em homens.
Entretanto, embora seja comum em ambientes hospitalares, o procedimento ainda levanta a questão: como o corpo opera sem a vesícula? Diferentemente do que se acredita, não é viável remover apenas as pedras; é imprescindível a remoção de todo o órgão, responsável por armazenar a bile, substância produzida pelo fígado que auxilia na digestão de gorduras.
A boa notícia é que o corpo costuma se adaptar bem. Após a retirada da vesícula, a bile passa a fluir continuamente para o intestino, mesmo sem ingestão de alimentos. “A recuperação da colecistectomia, que também pode ser indicada em casos de suspeita de câncer, pancreatite causada por cálculo ou pólipos na vesícula, geralmente é tranquila e muito bem tolerada”, afirma o cirurgião do aparelho digestivo Victor Edmond Seid, do Einstein Hospital Israelita.
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Os cálculos se desenvolvem em decorrência de falhas na vesícula e desarmonia dos componentes da bile. Elementos como obesidade, modificações no colesterol, perda brusca de peso (tal como após cirurgia bariátrica), idade superior a 40 anos, gravidez múltipla e procedimentos cirúrgicos no esôfago e estômago elevam a probabilidade de formação das pedras.
Apresentam-se sintomas como dor no lado direito do abdômen, sobretudo após refeições ricas em gordura, além de enjoo e má digestão. Mesmo na ausência de sinais visíveis, as pedras podem causar complicações, como pancreatite ou colecistite, demandando intervenção cirúrgica.
Algumas pessoas podem apresentar fezes amolecidas ou diarreia nas primeiras semanas após a cirurgia, sobretudo após jejum prolongado ou ingestão de alimentos gordurosos. “No caso da maioria dos pacientes que apresenta cálculos, a vesícula já não é funcional, por isso sua retirada, que normalmente é feita por laparoscopia, de forma minimamente invasiva, não traz sintomas, só alívio”, explica o cirurgião do aparelho digestivo Hilton Libanori, também do Einstein.
Ao ocorrer diarreia, frequentemente ela pode ser controlada através da divisão das refeições ao longo do dia e evitando longos períodos sem alimentação. “Raros pacientes submetidos a cirurgias relatam intolerância a alimentos muito gordurosos. Normalmente, observa-se o oposto, isto é, há uma melhora na digestão”, afirma Libanori.
Após o período inicial de recuperação, que envolve evitar alimentos muito gordurosos e atividades físicas intensas nos primeiros 30 dias, a maioria das pessoas pode retomar uma vida normal, sem restrições.
Obesidade abdominal e perda muscular elevam em 83% o risco de morte.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.