É possível incorporar obras da Disney e Pixar como material de apoio na elaboração de redações para o Exame Nacional do Ensino Médio?
Sim, contudo, é necessário implementar as estratégias adequadas para produzir um texto com avaliação máxima.
Após a edição, a redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é sempre alvo de especulações – e ansiedade – entre os candidatos. Em 2025, a situação não é diferente. Entre tentar adivinhar o tema que será cobrado e treinar a escrita com argumentações e palavras-chave para defender a tese, é a escolha do repertório sociocultural que mais gera apreensão nos estudantes.
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É comum, sobretudo para quem vai prestar o Enem pela primeira vez, acreditar que uma redação nota 1.000 se constrói apenas com citações de pensadores renomados ou menções a obras clássicas da literatura. Com coerência e sabedoria, é possível até mesmo usar animações da Disney ou da Pixar como repertório sociocultural. “E, em muitos casos, isso pode enriquecer bastante o texto”, garante Nayara Antunes, Consultora Pedagógica do SAS Educação.
A educadora aponta que, apesar de filmes como “Elio”, que estão sendo exibidos nos cinemas em todo o país, serem frequentemente ligados ao público infantil, essas produções promovem debates relevantes e aprofundados sobre questões como desigualdade, saúde mental, meio ambiente, identidade, estrutura social e relações familiares.
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No final, o que importa no Enem não é o tipo de repertório, mas a forma como ele é utilizado. A banca valoriza referências que tenham relação direta com o tema, que estejam bem conectadas à argumentação e que demonstrem que o estudante está realmente refletindo sobre o assunto. Isso vale para filmes, séries, músicas, livros e, sim, também para animações, desde que estejam ali com propósito e pertinência.
Elio, por exemplo, pode evocar reflexões acerca do luto, as novas configurações familiares e inclusive sobre a aceitação da diversidade.
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Conforme Nayara, a chave reside na intenção e na profundidade com que a animação é empregada. Não basta mencionar o filme de maneira superficial: é importante que o estudante consiga extrair daí uma reflexão crítica, um conceito, uma provocação social que dialogue com o tema da redação.
Não basta escrever que “Divertida Mente” (2015) é um filme “fofinho sobre emoções”. O que realmente faz diferença é mostrar como ele traz uma discussão importante sobre saúde mental, sobre o papel das emoções que a gente costuma evitar — como a tristeza — e sobre o processo de amadurecimento emocional. “Isso pode enriquecer muito textos que tratem de temas ligados à saúde psíquica, adolescência ou educação emocional nas escolas”.
A especialista da SAS Educação alerta, contudo, que é importante ter cautela ao usar uma animação como repertório. “Ela não deve entrar somente para ‘encher espaço’ no texto. Se não houver aprofundamento, não funciona. Também é preciso evitar forçar a barra. Se a relação com o tema for vaga ou não fizer sentido, melhor deixar de lado”, aconselha.
Um erro frequente é reduzir o filme a um simples resumo da narrativa, sem extrair uma análise crítica. Essa abordagem não contribui para a qualidade da redação.
A educadora menciona três exemplos de animações da Disney/Pixar que poderiam ter sido utilizados como repertório em redações anteriores do Enem.
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Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Lucas Almeida
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.












