Durigan: foram repassados 720 bilhões de reais aos EUA em 15 anos
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda ressalta que o Brasil considera o aumento das tarifas como uma afronta e uma violação do protocolo diplo…
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, declarou nesta terça-feira (26) que, embora haja surpresa e pesar em relação às medidas unilaterais dos Estados Unidos no âmbito do comércio exterior, a pasta trabalha em múltiplas frentes para criar um canal de diálogo racional e definir uma agenda de negociação com os americanos.
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Conforme apontado por Durigan, que atuou como ministro da Fazenda, Fernando Haddad participou remotamente de um evento promovido pela Fiesp e pelo Council of the Americas, o que dificulta as negociações com os Estados Unidos devido à oposição interna em favor dos interesses nacionais.
Durigan afirmou que o que se tem reforçado, tanto do presidente Lula quanto do vice-presidente Alckmin, é que fundamentos econômicos para as medidas não existem.
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O secretário-executivo recordou que, nos últimos 15 anos, o Brasil registrou um déficit de aproximadamente US$ 90 bilhões na balança de bens com os Estados Unidos, o que corresponde a cerca de R$ 500 bilhões, considerando a taxa de câmbio de R$ 5,50.
Já na balança de serviços, pouco comentada, o país registrou déficit de aproximadamente US$ 40 bilhões no mesmo período, ou cerca de R$ 220 bilhões.
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Durigan afirmou que, nos últimos 15 anos, foram enviados aos Estados Unidos cerca de R$ 720 bilhões, o que representa aproximadamente 6% do Produto Interno Bruto atualizado, destacando que os EUA utilizaram essa situação com a premissa de um aumento de tarifas para a China, cenário que não se aplica ao Brasil.
Nós, nesse caso, representamos a oposição nos Estados Unidos em relação à China. Nós somos deficitários em relação aos EUA, afirmou.
O secretário-executivo ressaltou que, considerando os 200 anos de parceria e o histórico de relações com os Estados Unidos, o Brasil vê a tarifação como uma quebra de respeito e do trato diplomático tão valorizado pelas partes.
Durigan lamentou que não faça sentido haver penalidades aos empresários que investem no Brasil, sejam eles brasileiros ou de outros países, como os Estados Unidos.
Explorar diferentes mercados.
Durigan afirmou na mesma ocasião que a diversificação de mercados tem trazido bons resultados para o Brasil. O secretário recordou que, no início dos anos 2000, o Brasil diversificou os mercados para onde exporta. Naquela época, de tudo que o país exportava, 50% iam para os Estados Unidos.
Atualmente, 50% das exportações brasileiras são destinadas aos Estados Unidos, China e União Europeia. Assim, houve um equilíbrio. E equilíbrio é uma marca, que, segundo o secretário, o governo Lula pretende também alcançar na área fiscal.
Ele comenta bastante sobre isso no Brasil, sob a ótica fiscal. Costuma afirmar em Brasília, nas reuniões, que, desde o Plano Real até 2014, havia um bom equilíbrio entre receitas e despesas – em particular nos governos Lula 1 e 2, houve muito mais receita do que despesa.
“Nós estávamos gerando os superávits, tínhamos reservas e, a partir da crise de 2014, observamos uma inversão dessa situação”, acrescentou.
O governo iniciou um aumento nos gastos, com despesas contratadas superiores à arrecadação. A receita diminuiu significativamente e foram acumulados ao longo da década dez anos de déficits primários, que representam um problema de grande custo e impacto negativo.
Segundo Durigan, o governo Lula 3 tem promovido a reconstrução, a recolocação do Brasil nos trilhos, com geração de emprego e manutenção do país fora da lista da fome – para, a partir do ano seguinte, iniciar a geração de superávit primário, retomando a trajetória de um país com pacificação e coesão social.
Brasil exporta petróleo, café e aeronaves para os Estados Unidos.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.












