O secretário-executivo da Fazenda, número 2 de Haddad, reconhece o impacto do conflito no Oriente Médio na inflação.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que a Petrobras pode empregar sua política de preços para amenizar o efeito do aumento do petróleo na inflação. O preço do produto aumentou devido aos conflitos no Irã. Espera-se que o custo adicional seja repassado ao consumidor através da gasolina e de outros produtos. Dario identificou esse impacto.
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A principal consequência que afeta o petróleo é o conflito em relação ao Estreito de Ormuz, uma área marítima entre o Golfo Pérsico e o Golfo Omã, que representa uma rota de transporte de 20% a 30% do petróleo mundial. O Irã pode restringir o acesso à região. A política de preços da Petrobras determina como a empresa ajusta os valores dos combustíveis no Brasil. O barril de petróleo do tipo Brent com vencimento para setembro estava sendo negociado a US$ 75,85 por volta das 10h30 desta 2ª feira (23.jun), com um aumento de 0,5%.
Dario também comentou sobre o efeito dos conflitos no dólar. Ele afirmou que as moedas de países emergentes devem se desvalorizar nesse período. O aumento da moeda norte-americana também influencia a inflação. A cotação elevada torna as importações mais caras, e esse custo adicional é repassado aos consumidores.
Acredita-se que é importante acompanhar tanto do ponto de vista da corrida para o dólar, quanto há um movimento de buscar segurança no mercado. Uma inflação elevada torna o Banco Central mais vigilante em relação a uma possível nova elevação das taxas de juros. A taxa básica (Selic) figura em 15% ao ano, devido ao crédito mais caro que reduz o consumo e pressupõe uma diminuição dos preços pela restrição da demanda.
Dario Durigan reduziu a importância dessa questão: “Acredito que a economia tem respondido bem em relação às preocupações sobre juros e inflação”. O IPCA anualizado em maio atingiu 5,32%, acima do limite máximo de 4,5% para a meta estabelecida pelo governo. O Banco Central deverá emitir uma comunicação justificativa nesse cenário.
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Pelo menos seis bombardeiros B-2 dos Estados Unidos atacaram as instalações nucleares do Irã no sábado (21.jun). Após a ação militar, o presidente Donald Trump (republicano) publicou uma mensagem que dizia: “Fordow já era”.
A Fordow é uma instalação nuclear erguida no início dos anos 2000, situada no interior de uma montanha, no centro do Irã. A geografia local oferece proteção, sobretudo contra ataques aéreos. Israel não possui os recursos necessários para desativar essa instalação.
O Parlamento do Irã aprovou, neste domingo (22.jun.2025), o fechamento do Estreito de Ormuz, região marítima entre o Golfo de Omã e o Golfo Pérsico que representa uma via de transporte de 20% a 30% de todo o petróleo global. A área também é importante para o tráfego de GNL (gás natural liquefeito) do Qatar e dos Emirados Árabes. A recomendação do Legislativo iraniano foi tomada após o bombardeio ordenado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), às instalações nucleares do país persa. Antes de ser implementada, a medida deve passar pelo aval do líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei. Caso avance, a medida tem potencial de afetar de imediato toda a logística energética do planeta.
O direito de passagem por Águas Internacionais é protegido por acordos da ONU, por meio da Unclos (Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar). Contudo, o Irã pretende fechar a região unilateralmente em resposta aos ataques dos EUA.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.