Dr. Kalil: Preconceito em relação à esquizofrenia dificulta o diagnóstico, o tratamento e os investimentos
O preconceito em relação à doença impacta desde a percepção do paciente sobre si mesmo até os recursos destinados à pesquisa, causando atrasos de até de…

Os psiquiatras Rodrigo Bressan, Professor Livre-Docente na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e José Gallucci Neto, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) explicam no CNN Sinais Vitais como o estigma em relação à esquizofrenia impacta não apenas o paciente, mas a sociedade como um todo.
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De acordo com especialistas, o preconceito constitui um dos principais entraves no manejo da doença, impactando não somente os pacientes, mas também a totalidade da estrutura de assistência e pesquisa. No Reino Unido, por exemplo, o estigma pode resultar em atrasos de até 10 anos no início do tratamento.
O preconceito se manifesta em diversos níveis. O autoengano reduz a confiança dos indivíduos em seu processo de recuperação, e a incompreensão familiar pode prejudicar a adesão ao tratamento.
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O preconceito na sociedade dificulta a inclusão de pacientes com esquizofrenia no mercado de trabalho, apesar de indivíduos bem tratados possam exercer funções de forma eficiente.
Impacto na saúde pública
O preconceito também influencia as decisões de gestores de saúde, levando a um menor investimento em pesquisas sobre saúde mental e esquizofrenia quando comparado com outras áreas médicas, como oncologia e cardiologia. Isso acontece mesmo porque a doença impacta aproximadamente 0,7% da população ao longo da vida.
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A intervenção antecipada no primeiro episódio psicótico pode modificar substancialmente o curso da doença. Contudo, o sistema de saúde atual concentra seus recursos primariamente no tratamento de casos crônicos, uma estratégia vista como ineficaz por especialistas.
De acordo com especialistas, os gastos diretos e indiretos da esquizofrenia não diagnosticada ou mal tratada somam bilhões de reais anualmente. As hospitalizações constituem a principal despesa do tratamento, comparável aos custos de unidades de terapia intensiva na medicina geral. Com o tratamento adequado e iniciado precocemente, as internações se tornam infrequentes, possibilitando que os pacientes continuem suas atividades na sociedade.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.