Documentário Cheiro de Diesel expõe violência da GLO no Rio no Festival do Rio
Filme expõe relatos chocantes de moradores sobre as ações da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em comunidades.
Cheiro de Diesel: Um Documentário Sobre Violência e Garantias de Lei
O documentário “Cheiro de Diesel“, dirigido pelas jornalistas Gizele Martins e Natasha Neri, investiga o impacto da atuação das Forças Armadas na vida cotidiana dos moradores de comunidades como a Maré, Penha e Morro do Salgueiro, no Rio de Janeiro e São Gonçalo.
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A produção surge em um contexto de decretos de Garantia de Lei e Ordem (GLO), medidas extremas utilizadas para lidar com a segurança pública quando as polícias estaduais não conseguem solucionar os problemas. O filme busca trazer à tona as consequências dessa intervenção militar nas comunidades.
Estreia e Concorrência no Festival do Rio
A estreia do filme está marcada para o próximo domingo (5) no Festival do Rio de Cinema, em uma sessão especial para convidados. A partir daí, o longa-metragem terá mais duas exibições nos dias 6 e 7, como parte da mostra Premiére Brasil na 27ª edição do evento.
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O Festival, que começa nesta quinta-feira (2), conta com oito mostras diferentes, espalhadas por diversas salas de cinema da cidade. “Cheiro de Diesel” compete com outros cinco documentários na mostra Premiére Brasil.
Elenco e Denúncias de Violações
O elenco do documentário inclui Gizele Martins na condução da narrativa, além de Vitor Santiago, Edrilene Neves e Jefferson Marconi, que relatam as violações de direitos sofridas durante a vigência da GLO. A primeira intervenção militar ocorreu entre 2014 e 2015, no período dos preparativos para a Copa do Mundo.
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A produção também aborda a presença das forças armadas entre 2017 e 2018. Durante esses períodos, soldados em tanques patrulhavam as ruas e vielas, agravando a violência. Um dos depoimentos mais impactantes denuncia a tortura de moradores da Penha por militares, ocorrida em uma “sala vermelha” no quartel da 1ª Divisão do Exército.
Testemunhos e Perguntas Sobre a Democracia
“O cotidiano foi de invasão às escolas, postos de saúde e casas, com revistas constantes, assassinatos e censura dos comunicadores comunitários. Sofremos muitas violações em 2014 e, infelizmente, a Maré foi laboratório para o que ocorreu no Rio de Janeiro em diversas favelas durante o governo de Michel Temer”, relata Gizele Martins ao Brasil de Fato. Ela acompanhou o processo como moradora, jornalista e membro da comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
“Então a pergunta que a gente deixa é quem vai nos reparar? Quando vão nos reparar? E a outra pergunta é se a gente vive mesmo numa democracia”, finaliza a diretora.
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.












