Doca da Penha: Comando Vermelho em Busca do Líder em Liberdade

Doca da Penha, principal líder do Comando Vermelho em liberdade, escapa de operação no Rio. Recompensa de R$ 100 mil busca sua captura. Operação Contenção mata 117 criminosos e 4 policiais

03/11/2025 7:41

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Doca da Penha: Figura Central no Comando Vermelho em Busca de Captura

Doca Alves Andrade, conhecido como Doca da Penha ou Urso, é considerado o principal nome do Comando Vermelho (CV) em liberdade. Apenas Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP, ambos presos, o sucederam em importância dentro da facção. A operação policial, deflagrada na terça-feira (28.out.2025) nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, visava o líder da organização.

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O governo estadual oferece uma recompensa de R$ 100 mil por informações que levem à sua captura, o maior valor oferecido desde 2000, quando a mesma quantia foi prometida por Fernandinho Beira-Mar.

Doca, com 55 anos, possui mais de 20 mandados de prisão em seu nome e está sob investigação por mais de 100 homicídios. A operação policial, denominada Contenção, revelou que Doca utilizou criminosos armados como escudo contra a aproximação da polícia, uma estratégia comum para evitar sua captura.

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Victor Santos, secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, destacou que essa tática é utilizada pela liderança do CV, especialmente a de Doca, para proteger seus “soldados”.

A megaoperação resultou na morte de 117 criminosos e de 4 policiais, sendo a mais letal da história do país. Durante a operação, Doca conseguiu escapar da Vila Cruzeiro, onde estava preso, utilizando a proteção de indivíduos armados. A operação também revelou que Doca exerce forte influência nas decisões estratégicas da facção e que controlava recursos e coordenava ataques em áreas da zona norte.

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Crimes e Investigação em Relação a Doca

Doca foi apontado como mandante do assassinato de três médicos na Barra da Tijuca em outubro de 2023. As vítimas participavam de um congresso e foram confundidas com milicianos. Após o crime, Doca ordenou a execução dos assassinos, ao descobrir o erro de identificação.

Ele também é investigado por envolvimento no caso dos três meninos desaparecidos em Belford Roxo em dezembro de 2020. Segundo as investigações, o grupo teria torturado e matado as crianças por um desentendimento banal e Doca mandou executar os próprios subordinados responsáveis pelas mortes.

Os corpos dos garotos e dos executores nunca foram encontrados.

Expansão do Comando Vermelho e Envolvimento com Figura Política

Doca nasceu em 1970, possivelmente em Caiçara —há divergências sobre se o município fica na Paraíba ou no Rio Grande do Sul. Ele entrou para o crime há cerca de 20 anos e foi preso em flagrante em 2007 por porte de arma e tráfico de drogas na Vila da Penha. À época, afirmou ser militar.

Depois de progredir para o regime semiaberto, fugiu e passou a ocupar posição de comando no CV. A operação Contenção revelou que Doca também foi citado em investigações da Polícia Federal sobre o deputado estadual (MDB-RJ), o TH Joias, em setembro.

O deputado é acusado de intermediar armas e lavar dinheiro do tráfico por meio da venda de joias e bens de luxo.

Dados da Operação Contenção

Durante a operação, foram presos 113 suspeitos, sendo que cerca de 40% não são do Rio de Janeiro. Os estados envolvidos incluem Pará, Amazonas, Bahia, Ceará, Paraíba, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo. A operação resultou na morte de 117 criminosos e de 4 policiais, sendo a mais letal da história do país.

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.