Doação de saliva e sangue auxiliará polícia na busca por pessoas desaparecidas no Brasil

Em 2024, 70 mil pessoas sumiram no Brasil. Nos últimos dez anos, o número ultrapassa as 700 mil. Desapareceram sem deixar rastros.

De acordo com membros do Ministério da Justiça, o impacto é considerável, pois o desaparecimento de uma pessoa afeta toda uma família e uma rede de amigos.

O Ministério da Justiça lançou, na terça-feira (5), a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas 2025, visando identificar os desaparecidos através da análise de material genético fornecido por familiares próximos.

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Esta edição da campanha se estende até 15 de agosto e inclui 334 locais de coleta espalhados pelo Brasil. As amostras – de saliva ou de sangue – serão inseridas nos bancos estaduais e nacionais de perfis genéticos para comparação com informações de pessoas desaparecidas.

Em 2024, foram coletadas 1.645 amostras e identificaram 35 indivíduos.

O DNA proporciona uma certeza consistente e oferece resolução para essas situações. Ele permite que as famílias saibam o que ocorreu com seus entes queridos e finalize uma dor que permanece aberta. Isso representa dignidade humana para elas, afirmou o Secretário Nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, durante a cerimônia de lançamento.

A Polícia Federal aponta, a partir do material genético, a produção de perfis genéticos dos doadores, que serão comparados com perfis de pessoas com identidade desconhecida, notadamente as internadas em instituições de saúde ou assistência social, ou ainda com perfis obtidos em restos mortais não identificados. Desde a abertura da seção de desaparecidos no Banco Nacional de Perfis Genéticos, em maio de 2019, já foram identificados 44 vínculos genéticos de familiares com desaparecidos.

A ação é coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), em colaboração com laboratórios de genética forense, delegacias especializadas e autoridades centrais estaduais.

Nos dez dias, promoveremos um mutirão em parceria com os institutos de perícia. Estaremos abertos para receber familiares com segurança, cuidado e respeito, conforme afirma a diretora do Sistema Único de Segurança Pública, Isabel Figueiredo, que ressalta que a coleta de DNA é contínua, mas intensificada com a campanha nacional.

Como doar seu DNA

A coleta é recomendada para familiares de primeiro grau — pais, mães, filhos e irmãos — e pode ser realizada de duas maneiras: com um cotonete passado na parte interna da bochecha ou com uma gota de sangue retirada do dedo. Objetos pessoais da pessoa desaparecida, como escova de dentes ou dente de leite, também podem auxiliar na identificação.

É necessário apresentar um documento de identidade e os dados do boletim de ocorrência do desaparecimento (número, unidade federativa e delegacia). Familiares que residem em locais diferentes podem doar separadamente, desde que informem no momento da coleta para o correto registro. Indivíduos que já doaram DNA em edições anteriores não precisam repetir o processo.

O DNA será empregado unicamente para localizar e identificar indivíduos desaparecidos. Em caso de identificação, será elaborado um auto de laboratório, encaminhado à delegacia responsável pelo caso, que entrará em contato diretamente com a família.

Fonte por: CNN Brasil