Doação de órgãos: Família ainda é principal barreira para transplantes no Brasil
Brasil alcança recorde histórico de transplantes pelo SUS em 2024, buscando reduzir filas de espera para novos procedimentos.
Mariana Silvério: Uma Vida Transformada pela Doação de Órgãos
Mariana Aparecida Silvério Fabiano, aos 31 anos, é um testemunho da capacidade da vida de se reinventar. Sua história, marcada por três hemorragias digestivas e um diagnóstico de colangite biliar primária, quase a levou à morte. No entanto, a doação de órgãos a proporcionou uma nova chance, um futuro que ela jamais imaginava.
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Aos 14 anos, Mariana enfrentou uma batalha contra a doença, com longos períodos em hospitais e a incerteza sobre seu futuro. A necessidade de um transplante de fígado se tornou evidente, e a espera começou. “Falaram para mim que eu não iria passar daquela noite, porque tive três hemorragias seguidas”, conta. Após mais de seis anos na lista de espera, Mariana recebeu seu novo fígado em 2023.
A jornada de Mariana foi repleta de desafios, desde a perda de atividades que amava até a incerteza sobre o futuro. “Eu sempre gostei muito de viver, andar a cavalo e fazer atividades ao ar livre. Mas eu tive que parar tudo, porque eu sangrava muito pela boca”, relembra. A espera por mais de seis anos foi longa e angustiante, mas a esperança nunca a abandonou.
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Com o transplante, a vida de Mariana voltou a florescer. Ela retomou suas atividades favoritas, como andar de bicicleta, fazer trilhas e andar a cavalo. E, para quem ouviu, aos 14 anos, que não iria viver por muito tempo, a vida a surpreendeu com outra vida: neste mês, descobriu que está grávida. “Sempre foi meu sonho [ser mãe]. Eu sempre falei muito para Deus que sonhava em ter minha família, e o meu médico disse que eu podia tentar quando estivesse preparada. Mas eu acho que nunca ia estar preparada. São muitos traumas que passamos”, afirma Mariana.
Transplantes: Uma Esperança para Milhares de Brasileiros
A história de Mariana é apenas uma entre milhares de brasileiros que dependem da doação de órgãos para sobreviver e ter uma nova chance de vida. Em 2024, o Brasil bateu recorde de transplantes realizados no Sistema Único de Saúde (SUS), com mais de 30 mil procedimentos realizados.
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O Instituto do Coração (InCor), o Complexo do Hospital das Clínicas da FMUSP, entre outros centros, desempenham um papel fundamental na realização desses transplantes. No entanto, o Brasil ainda enfrenta desafios, como a baixa taxa de doação de órgãos, que é menor do que a de países como o Brasil e a Argentina.
Doação de Órgãos: Um Ato de Solidariedade
A doação de órgãos pode ser feita por um doador vivo e por um doador falecido. A doação de órgãos de um doador falecido só é realizada após a autorização familiar. Após ser identificada a morte encefálica, a família é entrevistada por uma equipe de profissionais de saúde para informar sobre o processo de doação e transplantes e solicitar o consentimento para doação.
A doação de órgãos pode ser feita por um doador vivo e por um doador falecido. No primeiro caso, podem ser doados um dos rins, parte do fígado, parte da medula ou parte dos pulmões. No segundo caso, podem ser doados rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino; e tecidos: córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, cartilagem, medula óssea, sangue do cordão umbilical, veias e artérias.
A doação de órgãos é um ato de solidariedade que pode salvar vidas. Se você tem interesse em ser doador de órgãos, converse com sua família e procure informações sobre o processo de doação.
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.












