Dmitry Medvedev, ex-presidente da Rússia, que confrontou Trump

Afirmações de aliados de Putin surgem após o presidente dos EUA defender a necessidade de um cessar-fogo no conflito ucraniano.

02/08/2025 22:50

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Dmitry Medvedev, ex-presidente da Rússia, que confrontou Trump
(Imagem de reprodução da internet).

Dmitry Medvedev percorreu uma longa distância desde sua presidência na Rússia, quando afirmou, ao lado do então presidente dos EUA, Barack Obama, que “a solução de muitos problemas mundiais depende da vontade conjunta dos Estados Unidos e da Rússia”.

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Esta semana, em seu papel de porta-voz do Kremlin, Medvedev sugeriu duas vezes que o governo do presidente Donald Trump estava conduzindo os Estados Unidos e a Rússia à guerra e alertou sobre as capacidades nucleares de Moscou, após o líder americano indicar que imporia novas sanções contra o país.

Apesar de Medvedev ser o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, ele não possui poder executivo. Contudo, seus comentários provocativos ainda assim atraíram atenção.

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Na quinta-feira (31), Medvedev escreveu no Telegram que Trump deveria considerar a série apocalíptica “The Walking Dead” e fez referência à capacidade soviética de lançar ataques nucleares automáticos.

Na sexta-feira, o presidente dos EUA respondeu ordenando que dois submarinos nucleares fossem enviados para regiões apropriadas.

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A disputa surge após Trump definir um novo prazo para que Putin pare a guerra na Ucrânia, com a possibilidade de sanções caso um acordo de cessar-fogo não seja atingido.

De ex-presidente a provocador.

Medvédev apresenta hoje uma imagem bastante distinta daquela que tinha aos 42 anos, quando assumiu a presidência da Rússia entre 2008 e 2012.

Com formação em direito, sem vínculos com os serviços de segurança — ao contrário do atual presidente Vladimir Putin, que foi ex-agente da KGB —, ele possuía conhecimento da internet e demonstrava interesse em modernizar a economia russa e combater a corrupção.

Contudo, seu governo foi percebido como um “mandato de transição”, ao mesmo tempo em que Putin ignorava restrições constitucionais para consolidar seu poder.

Após deixar a presidência em 2012, para possibilitar o retorno de Putin ao cargo, Medvedev se tornou de um tecnocrata com tendências liberais, a um ultranacionalista, incitando os opositores da Rússia por meio de publicações inflamadas nas redes sociais.

A declaração de Trump em 2009, que afirmava que a Rússia precisava de “boas e desenvolvidas relações com o Ocidente em todos os sentidos”, contrasta com sua fala em maio: “Sobre as palavras de Trump dizendo que Putin está ‘brincando com fogo’ e que ‘coisas realmente ruins’ podem acontecer à Rússia. Eu só conheço uma coisa REALMENTE RUINA. Espero que Trump entenda isso!”

Publicações inflamadas

Essa mudança parece ter iniciado após sua presidência, quando Medvedev começou a se reposicionar para manter a confiança do partido governista Rússia Unida.

Como presidente, Medvedev declarou à CNN que “o nível de corrupção é categoricamente inaceitável”. Posteriormente, como primeiro-ministro, foi alvo de uma investigação da Fundação Anticorrupção de Alexei Navalny, que o acusou de ter acumulado um “império da corrupção”, com propriedades luxuosas, iates e vinhedos na Rússia.

A porta-voz de Medvedev, Natalya Timakova, classificou a investigação, que atingiu 14 milhões de visualizações no YouTube, como um “surto propagandístico”, mas o próprio Medvedev tornou-se alvo de protestos nas ruas.

Em 2020, ele renunciou inesperadamente à posição de primeiro-ministro, no momento em que Putin implementava uma reforma constitucional visando fortalecer seu poder.

Desde então, de sua posição no Conselho de Segurança, Medvedev tem promovido uma série de ataques xenófobos e ofensivos contra ucranianos e líderes ocidentais. Ele possui 1,7 milhão de inscritos no Telegram e contas no X em russo e inglês com um total de quase 7 milhões de seguidores.

Em um pronunciamento no início deste ano, Medvedev apresentou uma imagem que mostrava Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky como fantoches dos Muppets e defendeu a “destruição do regime neonazista de Kiev”.

Ele frequentemente evoca o espectro do nazismo, afirmando que o novo chanceler alemão, Friedrich Merz, havia “sugerido um ataque à ponte da Crimeia”. Pense duas vezes, nazista!

O papel foi calculado no Kremlin.

Medvedev não hesita em mencionar o uso de armas nucleares. Em 2022, declarou que “a noção de retribuir um país que detém uma das maiores capacidades nucleares é absurda e pode representar uma ameaça à existência da humanidade”.

Apesar da retórica exagerada, analistas afirmam que Medvedev desempenha um papel calculado na estratégia de comunicação do Kremlin.

O Instituto para o Estudo da Guerra alega que é utilizado para “amplificar retóricas inflamadas destinadas a gerar pânico e medo entre os tomadores de decisão do Ocidente”, como parte de “uma estratégia informacional coordenada e que se origina em níveis superiores”.

Observadores apontam que suas declarações não devem ser interpretadas literalmente.

Anatol Lieven, do Quincy Institute for Responsible Statecraft, classificou os comentários de Medvedev e a resposta de Trump como “mero teatro”.

Lieven afirmou que, considerando a abstenção da Rússia do uso de armas nucleares nos últimos três anos, é evidente que o país não lançará tal armamento em resposta a novas sanções dos EUA.

Fonte por: CNN Brasil

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