Diretores da Abin buscam questionamento judicial
A Associação Brasileira de Analistas de Inteligência (ABRAINT) promoveu reunião para solicitar a renúncia de Luiz Fernando Corrêa.

A Intelis (União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin ) busca o afastamento de Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), do cargo na Justiça. Ele permaneceu na função pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após ter sido indiciado pela PF (Polícia Federal).
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Ademais, foi realizada uma assembleia para decidir sobre sua admissão na Justiça, solicitando o afastamento de Corrêa, e a associação o criticou nas redes sociais, pedindo que os funcionários da agência utilizem meios oficiais para “sanear” a instituição de todos os indiciados.
A PF indiciou Corrêa no inquérito da “Abin paralela” em 17 de junho.
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De acordo com a acusação, ele teria tentado prejudicar as investigações sobre o caso. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-diretor da agência e deputado federal, Alexandre Ramagem (PL-RJ), também foram indiciados.
A principal crítica dos integrantes da Abin é a transferência da gestão da agência para a PF, mesmo após os “escândalos” protagonizados por policiais da corporação em gestões anteriores.
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Luiz Fernando Corrêa foi nomeado diretor-geral da Abin em 30 de maio de 2023, já no governo Lula.
Na segunda-feira (23.jun), na sua conta do X, a Intelis reiterou que os delegados indiciados por obstrução de justiça e os acusados de assédio continuam trabalhando normalmente, sob a gestão de um governo denominado “progressista”, em referência ao petista.
Ademais, a assembleia realizada nesta segunda-feira (23.jun) decide sobre um aviso de greve.
As reclamações são:
Na última etapa, surgem vazamentos de agentes de inteligência que constam das investigações da PF, embora não tenham sido formalmente indiciados. A votação da assembleia é realizada de forma online e tem duração de 24 horas, concluindo na terça-feira (24 de jun).
Agentes de inteligência manifestam insatisfação com a condução de Lula sobre a Abin e com a permanência de Corrêa na função.
O petista tem adotado essa postura em relação aos membros de seu governo que estão sob investigação pela PF. No caso do ex-ministro das Comunicações Juscelino Filho, indiciado em 12 de junho de 2024, o presidente declarou que somente o afastaria do cargo se o Ministério Público o denunciasse formalmente.
A renúncia de Juscelino ocorreu 300 dias após o evento, em 8 de abril de 2025, no mesmo dia em que a Procuradoria-Geral da República o denunciou por corrupção.
Assédio moral
Outro ponto de reivindicação dos oficiais de inteligência ligados à Intelis é obter “justiça” para a ex-corregidora da agência Lidiane Souza Santos.
A Corregedoria da União, em representação protocolada em setembro de 2024 e reforçada em março de 2025, acusa Luiz Fernando Corrêa, Alessandro Moretti e Marco Aurélio Cepik de “isolar e asfixiar o trabalho da unidade correcional, especialmente no seu papel de cooperar com as apurações em curso no STF acerca do uso da ferramenta First Mile, bem como humilhar e desacreditar esta subscritora publicamente e minar sua estabilidade psíquica e física”.
Moretti e Cepik foram indiciados pela Polícia Federal. Cepik renunciou em março de 2025. Ele ocupou o cargo de diretor-adjunto após a exoneração de Alessandro Moretti em 2024, por iniciativa de Lula.
Em setembro de 2024, Lidiane foi afastada da corregedoria da Abin. José Fernando Chuy, delegado da PF com ligação ao ministro Alexandre de Moraes do STF, assumiu o cargo.
Chuy provocou a ex-corregedora em reuniões, atribuindo a ela o arquivamento da investigação sobre a Abin Paralela.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.