Diretor-executivo da COP considera o conflito em torno da Margem Equatorial como uma situação semelhante ao clássico jogo entre Flamengo e Fluminense
Ana Toni afirmou que a polarização entre a transição energética e a exploração de petróleo demonstra “contradições globais” no setor.

A diretora-executiva da COP30, Ana Toni, equiparou a disputa entre a transição energética e a exploração de petróleo na Margem Equatorial ao clássico de futebol “Fla-Flu”, que representa antigas rivalidades. Ela afirmou que o conflito ilustra as “contradições globais” no setor energético.
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A declaração foi feita nesta sexta-feira (11.jul.2025) durante entrevista a jornalistas no 20º Congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), realizado em São Paulo.
Ainda consideramos essa dependência de combustíveis fósseis como algo simples, contudo, ela é bastante complexa, afirmou.
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A executiva argumenta que a transição energética deve ser acelerada devido às mudanças climáticas, embora processos de transformação geralmente ocorram de maneira gradual. Ela mencionou o debate sobre o desmatamento, que resultou na criação do código florestal e na manutenção dessa discussão no Congresso Nacional.
“Por exemplo, quando tivemos toda a discussão da última década sobre o desmatamento. Este é um debate que aconteceu no Brasil, ou continua acontecendo no Brasil paulatinamente. Era a principal fonte de emissão brasileira, e sabemos que é o desmatamento. Criamos aqui o código postal, que eu sei que está em debate também no Congresso”, declarou.
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Toni destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende a exploração “adequada” da região, ao mesmo tempo em que solicita a diminuição da dependência de combustíveis fósseis.
Possuímos um presidente que manifesta-se de forma aberta, tanto no âmbito nacional quanto internacional, em defesa do combate ao desmatamento, do desmatamento zero, onde apoiou na COP 28 com o objetivo de se alcançar um acordo sobre desmatamento zero até 2030. Dessa forma, se encontra-se nesse debate que estamos conduzindo com a sociedade. Não se trata apenas desse debate, ele não está restrito ao governo, está na sociedade brasileira.
A diretora-executiva afirmou que, embora o problema possua alcance global, o Brasil ainda deve determinar como equilibrar os compromissos climáticos com a expansão da exploração petrolífera. Acrescentou que as contradições do processo de transição energética não são objeto de debate acirrado.
“Não é uma contradição, não há bom e mau nessa história. Todos têm o que ganhar e o que perder e precisamos deixar isso mais claro para a população estar conosco nesse debate e resolvendo cada uma das contradições de maneira madura”, afirmou.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.