O ministro criticou o que descreveu como “normalização do absurdo”, argumentando que a situação é “desafiadora”.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, considerou “sequestro” a tentativa de interferência por outros países no Judiciário brasileiro.
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Antigamente, era inconcebível que um país buscasse retaliação como fator determinante no estabelecimento do conteúdo de uma decisão judicial.
O sequestro de um país para impor que um juiz de outro país se desviasse de tal ou qual modo foi a primeira vez no mundo! E ninguém nos anos 90 cogitava que isso ia acontecer, nós tínhamos controle de constitucionalidade, convenções internacionais, tribunais internacionais, o sistema ONU.
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A internet, segundo Dino, atua como um fator que impulsiona essas interferências.
Para celebrar essa trajetória bem-sucedida, a internet, o Éden perdido, a praça democrática, finalmente o dito liberal do livre mercado de ideias realizado, a fraternidade universal. Acreditávamos que esse patrimônio era comum nos anos 90. Observando 30 anos depois, percebemos que demos passos atrás.
Para ele, o momento é desafiador, pois, além de normalizar o absurdo, também implementou a monetização do absurdo.
A situação é tão desafiadora, não desanimadora, é diferente, pelo contrário por ser desafiador deve nos animar… Que nós temos, não apenas, a normalização do absurdo, ou a banalização do absurdo, nós temos a monetização do absurdo. Hoje, proclamar o absurdo dá dinheiro como nunca na história dos povos porque o absurdo rende likes e os likes, e os views e as visualizações são monetizadas. A fraternidade deixou de ser, portanto, uma busca de todos.
As declarações de Flávio Dino se inserem no cenário de confronto entre Brasil e Estados Unidos.
No início do mês, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou uma carta nas redes sociais, solicitando que o Brasil cessasse a “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no STF (Supremo Tribunal Federal) pelo inquérito que apura a existência de um plano de golpe de Estado no país.
Trump também anunciou na documentação uma alíquota de 50% sobre produtos importados do Brasil, com início previsto para 1º de agosto.
Em seguida, o governo dos Estados Unidos determinou a suspensão do visto de oito ministros do Supremo Tribunal Federal, bem como do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Conforme apuração da CNN, Dino figura na lista de magistrados impactados pela determinação.
Fonte por: CNN Brasil
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Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.