Dilma defende uso de moedas locais e critica sanções de Trump
Dilma lidera o Banco dos Brics; defende o reforço do mercado entre os países membros por meio de moedas locais e modelos de desenvolvimento alternativos.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que atualmente preside o Banco dos Brics, afirmou nesta sexta-feira (4.jul.2025) que tarifas e sanções financeiras têm sido empregadas como ferramentas de subordinação política. A declaração foi proferida em seu pronunciamento na abertura da 10ª reunião anual do NDB (New Development Bank), ocorrida no Rio.
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Dilma não mencionou os Estados Unidos ou o presidente norte-americano Donald Trump (Partido Republicano). Declarou que o NDB foi criado pautado em cooperação, igualdade e respeito mútuo, “em oposição a abordagens e a condicionalidades impostas de cima para baixo”.
Dilma argumentou que as cadeias de produção globais estão sendo reorganizadas pela busca por eficiência e por interesses geopolíticos.
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O multilateralismo enfrenta desafios. Observa-se um retrocesso na cooperação e um aumento do unilateralismo. Tarifas, sanções e restrições financeiras estão sendo empregadas como instrumentos de subordinação política.
Adiantou que o planeta enfrenta “crises sobrepostas”, mencionando as crises climáticas, geopolíticas e econômicas. Declarou que a próxima década será crucial para o Sul Global. Argumentou a favor do financiamento climático para a adaptação do novo cenário.
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Dilma defendeu que o NDB deveria liderar esse empreendimento, aumentando os investimentos em infraestrutura verde, energia limpa, transição energética e tecnologias inteligentes para o clima.
Sul Global
A diretora da NDB afirmou que o banco de desenvolvimento representa um marco institucional e uma “declaração política de intenções e práticas” em que o Sul Global deixaria de ser “apenas um receptor passivo de modelos de crescimento impostos” para se tornar um agente ativo na definição de seu próprio futuro.
A Dilma afirmou que o NDB foi criado com a premissa de que os países do Sul Global possuem o direito e a capacidade de determinar seus próprios rumos de desenvolvimento.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou que os países do Sul Global apresentam “fragilidades” e que “é extremamente perigoso” alinhá-los-se a eles.
A presidente da NDB afirmou que o banco de desenvolvimento não deseja substituir “quem quer que seja”, mas que existem mais de uma formas de promover o desenvolvimento.
“Demonstramos nos últimos 10 anos que é possível construir uma instituição confiável, eficiente e adaptável que produz resultados reais e, ao mesmo tempo, defende os valores da solidariedade, da equidade e da soberania”, declarou. “Os países emergentes e em desenvolvimento merecem instituições que compreendam seus desafios, respeitem as suas escolhas e apoiem suas ambições”, disse.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.