“Devemos honrar as vítimas da UFPA, que acreditavam no movimento estudantil e na transformação social”, afirma a UNE

Alunos faleceram em acidente durante deslocamento para a convenção da organização que discute os rumos do movimento estudantil.

16/07/2025 22:27

3 min de leitura

“Devemos honrar as vítimas da UFPA, que acreditavam no movimento estudantil e na transformação social”, afirma a UNE
(Imagem de reprodução da internet).

A secretária-geral da União Nacional dos Estudantes (UNE), Júlia Köpf, declarou que o 60º Congresso da entidade (Conune), realizado em Goiânia (GO) entre quarta-feira (16) e domingo (20), será marcado pela lembrança dos estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) que faleceram em um acidente a caminho do evento. Ela descreve a ocorrência como uma “tragédia sem precedentes na história da UNE”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Certamente isso ficará marcado na história da UNE com muita tristeza. Precisamos fazer desse congresso um congresso em memória desses estudantes que estavam vindo porque acreditam no movimento estudantil e na mudança da sociedade. É importante que façamos jus à memória desses estudantes que infelizmente faleceram.

O acidente, que aconteceu na fronteira entre Tocantins e Goiás, resultou na morte de cinco estudantes e deixou outros feridos entre os aproximadamente 70 membros da comitiva da UFPA. Segundo Köpf, a UNE tem trabalhado com universidades, governos estaduais e o governo federal para assegurar o atendimento aos feridos e o apoio às famílias. “Precisamos de acolhimento, de muita união”, declara.

Leia também:

A equipe do Complexo Básico de Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) foi enviada a Goiânia para oferecer apoio psicossocial. A UNE também solicitou à Polícia Rodoviária Federal (PRF) reforço na fiscalização nas estradas que dão acesso ao evento. De acordo com Kœpf, a solicitação foi feita logo após a tragédia e está sendo recebida de maneira positiva.

A luta transforma a vida.

Com a expectativa da presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na abertura, a UNE irá debater os rumos da entidade e da mobilização estudantil até as eleições de 2026. “Este será o momento para se organizar, debater o que fazer até as eleições do ano que vem. Como vamos construir para alcançar uma vitória política nas urnas que seja também dos estudantes”, afirma Kœpf.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ela ressalta que a UNE tem promovido o diálogo com os jovens acerca de questões como a proteção da educação pública e a pauta trabalhista. Um dos aspectos principais será a campanha contra a jornada de seis dias de trabalho em favor de um dia de folga, conhecida como escala 6×1. “É uma coisa muito desumana para quem vive sob essa exploração”, declara. A UNE tem participado ativamente da construção do plebiscito popular, com ênfase na taxação de grandes fortunas.

Köpf também critica o esvaziamento do orçamento da educação. “Sabemos que ainda existem resquícios de orçamento secreto que precisam acabar. A verdade é que não conseguimos recuperar a defasagem dos governos [dos ex-presidentes Michel] Temer (MDB) e [Jair] Bolsonaro (PL). Foram seis anos de tentativa de destruição da educação pública”, observa.

Apesar dos recentes avanços, como o programa Pé-de-Meia, ela acredita que ainda é necessário investimento adequado para assegurar a dignidade dos estudantes. “Só a luta muda a vida. […] Os estudantes têm que estar na luta, na rua e no institucional para que possamos trazer cada vez mais pessoas e transformar da maneira que desejamos”, afirma.

Para audir e visualizar.

O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

Fonte por: Brasil de Fato

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.