“Desvirtuamento das informações”, declara Rui Costa após declaração de Temer sobre o IOF

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, declarou-se surpreso com a habilidade do ex-presidente Michel Temer (MDB) de distorcer os fatos, que em entrevista ao Poder360 na sexta-feira (30.mai) alegou que o impasse do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) demonstra a “falta de projeto” do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Leu a fala de Michel Temer sobre o governo do presidente Lula e fiquei surpreso com a habilidade de manipulação dos fatos. O governo Lula tem transformado a realidade do Brasil que encontrou, com poucas estruturas e sem projetos de longo prazo para o país, afirmou Rui Costa no X.

Costa cita a seguinte declaração:

“Aquele caso de falta de planejamento, né? No meu governo, foi um governo de dois anos e meio, mas eu tinha um programa que era a Ponte Para o Futuro. Tudo o que fizemos estava na Ponte Para o Futuro. Por isso que eu acho que deu razoavelmente certo”, afirmou Temer. A fala foi depois de participação no Fórum Lide COP30, realizado em Bonito (MS).

O ministro declarou que o compromisso do governo é “cuidar das pessoas”. Ele também mencionou a criação ou reconstrução de mais de 70 programas nacionais desde 2023.

O Produto Interno Bruto brasileiro apresentou crescimento em 2023 e 2024, com taxas de 3,2% e 3,4%, respectivamente. Em 2017 e 2018, o crescimento foi de 1,3% e 1,8%, aproximadamente a metade dos valores atingidos. A taxa de investimentos (públicos e privados) como proporção do PIB está em 17,8%, contra 14,5% no final da gestão Temer.

A divergência dos índices, na visão de Rui Costa, decorre de políticas como o estímulo à indústria, a recuperação do BNDES e investimentos em infraestrutura.

A baixa performance do PIB durante o governo Temer impactou o mercado de trabalho. No último ano de sua gestão, a taxa de desemprego era de 13% no trimestre fevereiro-março-abril, o dobro do valor atual (6,6), afirmou o ministro.

Uma das principais críticas à gestão Lula 3 é que o crescimento da economia tem sido impulsionado pela expansão dos gastos públicos. Nesse sentido, Rui Costa declarou que os resultados comprovam um crescimento sustentável, com um “processo de consolidação fiscal”.

Apesar dos resultados positivos do desemprego e do PIB, o governo Lula apresenta dificuldades com os indicadores econômicos. A taxa básica de juros está em 14,75%, o maior nível desde agosto de 2006, quando a Selic estava igual à atual – a taxa permaneceu nesse patamar de 20 de julho a 30 de agosto de 2006. Naquele período, o presidente também era o petista.

Adicionalmente, o governo precisou congelar mais de R$ 30 bilhões do Orçamento deste ano para alcançar a meta de déficit zero em 2025. A elevação do IOF mencionada por Temer foi uma estratégia que a equipe econômica de Lula identificou para evitar um congelamento ainda mais amplo.

Fonte por: Poder 360