Despesas da OTAN com defesa devem atingir US$ 3 trilhões por ano
Novo compromisso aumenta os gastos com o setor para 5% do Produto Interno Bruto até 2035; a meta anterior era de 2% do PIB.

A meta inédita da Otan de elevar os gastos com defesa para 5% do Produto Interno Bruto até 2035 deverá quase dobrar as despesas anuais da aliança, elevando-as para US$ 3,0 trilhões, conforme aponta a BTIG Research.
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O compromisso, consolidado na Cúpula da Otan em 2025 em Haia, destina 3,5% a “defesa central”, abrangendo pessoal, operações, manutenção e equipamentos militares, e 1,5% para infraestrutura e expansão industrial.
Todos os Estados membros, com exceção da Espanha, aceitaram o acordo. Não se prevê que os Estados Unidos alcancem a meta, tendo em vista que o presidente Donald Trump defende que as contribuições americanas já superam a parte correspondente.
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Em 2024, os membros da OTAN somaram US$ 1,5 trilhão em gastos com defesa, representando 2,7% do Produto Interno Bruto. Os Estados Unidos foram o principal contribuinte, seguidos pela Alemanha e pelo Reino Unido.
Os investimentos em defesa ascenderam 14% em comparação com o ano anterior, notadamente devido ao aumento dos orçamentos dos países europeus, que subiram 22% após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.
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Se a meta de 3,5% para defesa central for alcançada por todos os integrantes, sem incluir Espanha e EUA, o custo total com defesa central poderia atingir US$ 24,2 trilhões entre 2025 e 2035.
Dessa cifra, US$ 13,9 trilhões adviriam dos Estados Unidos, considerando que o país mantenha as taxas atuais de cerca de 3,3% do Produto Interno Bruto. Os restantes US$ 10,3 trilhões seriam provenientes de outros membros da aliança.
Os gastos com equipamentos militares constituem aproximadamente 32% do orçamento de defesa atual. Caso essa proporção persista, a OTAN poderá investir cerca de 8,8 trilhões de dólares em equipamentos durante a próxima década.
Quase todos os participantes já estão cumprindo o exigido de destinar pelo menos 20% de seus orçamentos de defesa em equipamentos, com exceção da Bélgica e do Canadá.
Os países europeus possuem capacidade de fabricação de defesa restrita, o que pode reforçar a dependência de fornecedores americanos.
A BTIG prevê que empresas americanas poderiam absorver até 80% dos gastos europeus da OTAN com equipamentos até 2035, gerando uma oportunidade de exportação de US$ 2,7 trilhões.
Isso representa quase o dobro dos US$ 1,4 trilhão estimados sob a meta anterior de gastos de 2% do PIB.
Preveem-se incrementos substanciais nos investimentos em infraestrutura, considerando que nenhum membro investe, no momento, em torno da meta de 1,5%.
Estonia e Lituânia lideram, porém destinam aproximadamente 0,3% do PIB para infraestrutura de defesa.
Os investimentos recentes visam atualizar vias de transporte militar, aprimorar a segurança cibernética e salvaguardar redes elétricas.
A Polônia é o único país que atualmente atinge o limite de 3,5% para defesa. Nenhum país alcança o patamar de 1,5% em infraestrutura.
A contribuição dos Estados Unidos para os gastos com defesa pode diminuir para cerca de 50% até 2035, em comparação com os níveis de 2024.
Com informações da Investing Brasil.com.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.