Desmistificando a Vacina contra o HPV

A vacina contra o HPV (Papilomavírus Humano) é frequentemente alvo de mitos e desinformação, especialmente entre pais que temem que a imunização possa incentivar seus filhos a iniciarem a vida sexual precocemente. Em entrevista ao CNN Sinais Vitais, Renato Kfouri, pediatra infectologista e mestre pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), esclareceu que essas preocupações não têm respaldo científico.

Segundo Kfouri, a vacina do HPV é uma das que mais enfrenta resistência entre os pais, ficando atrás apenas da vacina contra a Covid-19 em termos de desinformação. Entre os mitos mais comuns, está a crença de que a vacina é desnecessária para adolescentes que ainda não iniciaram a vida sexual, além do temor de que a imunização possa estimular o início precoce da atividade sexual.

Segurança e Eficácia da Vacina

Kfouri é claro ao afirmar que a vacina é segura. “Ela é feita com uma partícula semelhante ao vírus, mas que não contém material genético. Portanto, não há risco”, explica. Mais de 300 milhões de doses já foram administradas em todo o mundo, sem evidências de aumento de doenças, complicações ou efeitos colaterais graves, tornando-a uma das vacinas mais seguras disponíveis.

Outro aspecto importante abordado é que, ao contrário do que muitos acreditam, estudos mostram que famílias preocupadas com a saúde tendem a criar jovens com uma visão mais responsável sobre sua saúde sexual. “O que se observa na maioria desses estudos é que famílias que se preocupam com a saúde dos adolescentes têm uma orientação mais coerente e firme em relação à vacinação e à educação sexual”, destaca o especialista.

A Importância da Educação em Saúde

A educação em saúde pode, de fato, contribuir para decisões mais conscientes sobre saúde sexual. Adolescentes que recebem informações adequadas sobre a importância da vacinação tendem a iniciar a vida sexual mais tarde e de forma mais protegida, resultando em menos gravidezes indesejadas. “O letramento em vacinação para o HPV pode modificar o curso da prevenção de gravidez e o início da vida sexual, sempre com os devidos cuidados”, afirma Kfouri.

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Isso significa que, ao contrário do que muitos pais temem, orientar um adolescente sobre atividade sexual e protegê-lo por meio da vacinação não apenas previne o HPV, mas também contribui para uma vida sexual mais saudável no futuro.