Desmatamento e suas Consequências para a Saúde
Um estudo publicado em agosto na revista Nature Climate Change revela que o desmatamento está relacionado a 28 mil mortes anuais em todo o mundo. A pesquisa indica que a destruição das florestas tropicais gera um aquecimento local que compromete a saúde humana e aumenta os riscos em atividades ao ar livre, tanto de lazer quanto de trabalho.
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A investigação foi conduzida por cientistas da Universidade de Leeds, no Reino Unido, com a colaboração de um pesquisador da Fiocruz Piauí, no Brasil, e outro de Gana, na África. A equipe analisou imagens de satélite que mostram alterações na cobertura florestal e na temperatura da superfície terrestre em áreas desmatadas.
Taxas de Mortalidade e Efeitos do Calor
A análise também coletou dados sobre a distribuição populacional e o excesso de mortalidade entre 2001 e 2020. As maiores taxas de mortalidade associadas ao desmatamento estão concentradas em regiões da Amazônia, da África e do Sudeste Asiático.
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Nesses locais, a perda de florestas pode ser responsável por até um terço das mortes relacionadas ao calor.
A derrubada de árvores aquece o solo e o ar, intensificando os efeitos do aquecimento global. O clínico geral Frederico Polito Lomar, do Einstein Hospital Israelita, destaca que “milhares de pessoas, especialmente nas regiões mais quentes e pobres do planeta, enfrentam um aumento de doenças causadas pelo calor, como desidratação e problemas cardíacos”.
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Impactos da Temperatura Elevada
O aumento da temperatura sobrecarrega o organismo e pode ser fatal. Quando a temperatura ambiente se eleva excessivamente, o corpo tem dificuldade em dissipar o calor, resultando em desidratação e queda da pressão arterial. Em casos extremos, pode ocorrer insolação ou hipertermia, levando à falência de órgãos e morte, especialmente entre idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas.
O estudo revela que quanto maior a cobertura florestal, menor a taxa de mortalidade. Em áreas com mais de 50% de cobertura original, a mortalidade associada ao desmatamento foi de 42%, enquanto em regiões mais desmatadas atingiu 58%.
Consequências Adicionais da Perda Florestal
Além do calor, a destruição de áreas verdes agrava outros problemas de saúde. A poluição gerada pela queima da vegetação deteriora a qualidade do ar, aumenta a emissão de gás carbônico e eleva o risco de doenças infecciosas, como a malária.
Os autores do estudo enfatizam a urgência de conservar as florestas tropicais, proteger as áreas que ajudam a mitigar os extremos de temperatura e garantir maior acesso à saúde, especialmente para as populações mais vulneráveis.
