Descubra qual é o líder do Hamas que foi alvo do ataque de Israel no Catar

Khalil Al-Hayya lidera as negociações de um cessar-fogo e é considerado o personagem mais importante do grupo fora do país.

09/09/2025 13:20

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Descubra qual é o líder do Hamas que foi alvo do ataque de Israel no Catar
(Imagem de reprodução da internet).

Desde a morte de Ismail Haniyeh e Yahya Sinwar no ano anterior, o alto funcionário do Hamas, Khalil Al-Hayya, ascendeu a uma posição de liderança central no grupo radical palestino, com o apoio do Catar.

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As autoridades israelenses informaram à Reuters que o ataque visava os principais líderes do Hamas, entre eles Hayya, chefe exilado em Gaza e principal negociador.

Duas fontes do Hamas informaram à Reuters que a delegação do grupo, presente nas negociações de cessar-fogo em Doha, sobreviveu ao ataque.

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O papel de Khalil Al-Hayya

Desde que Haniyeh foi assassinado por Israel no Irã em julho de 2024, Hayya tem sido considerada a figura mais influente do grupo no exterior nas negociações de cessar-fogo da guerra que começou há dois anos.

Ele integra um conselho de liderança de cinco homens que governa o Hamas desde a morte de Sinwar por Israel no mês passado, em Gaza.

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Originário de Gaza, Hayya perdeu diversos familiares, incluindo o filho mais velho, em ataques israelenses na Faixa de Gaza e é um membro experiente do grupo islâmico.

Devido aos seus fortes vínculos com o Irã, uma importante fonte de armas e financiamento para o Hamas, ele tem se envolvido de perto nos esforços do grupo para negociar vários cessamentos de fogo com Israel, desempenhando um papel crucial no encerramento de um conflito em 2014 e, mais recentemente, nas tentativas de assegurar o fim da atual guerra em Gaza.

Quem é o oficial

Nascido em Gaza em 1960, Hayya integra o Hamas desde sua fundação em 1987. No início da década de 1980, ele se juntou à Irmandade Muçulmana – movimento islâmico sunita do qual o Hamas surgiu – juntamente com Haniyeh e Sinwar, segundo informações do grupo.

Em Gaza, ele sofreu inúmeras prisões por parte de Israel.

Em 2007, um ataque aéreo israelense atingiu a residência de sua família no bairro Sejaiyeh, em Gaza, ceifando a vida de vários de seus familiares.

Durante a guerra de 2014 entre o Hamas e Israel, a residência do filho mais velho de Hayya, Osama, foi alvo de ataque aéreo, resultando na morte dele, de sua esposa e de três de seus filhos.

Hayya não se encontrava presente na ofensiva. Ele abandonou Gaza há vários anos, atuando como ponto de contato do Hamas para os vínculos com os mundos árabe e islâmico e estabeleceu-se no Catar para exercer essa função.

Hayya acompanhou Haniyeh a Teerã para a visita em julho de 2024, após o líder ser assassinado.

Operação militar

Hayya foi citado afirmando que os ataques de 7 de outubro, que iniciaram a guerra em Gaza, foram planejados como uma operação restrita do Hamas com o objetivo de prender “vários soldados” e trocá-los por palestinos detidos.

“Entretanto, a força do exército sionista sofreu um colapso completo”, declarou ele em declarações divulgadas pelo Centro de Informações Palestino, vinculado ao Hamas, em referência às tropas israelenses.

O Hamas, com militantes liderados, causou a morte de aproximadamente 1.200 indivíduos e o sequestro de 250 outros em 7 de outubro de 2023, de acordo com informações israelenses.

O Ministério da Saúde de Gaza, vinculado ao grupo radical, informou que mais de 64 mil palestinos foram mortos na ofensiva de retaliação de Israel em Gaza desde então.

O militar declarou que o ataque resultou em trazer a questão palestina para o centro das atenções internacionais.

Hayya conduziu delegações do Hamas em negociações mediadas com Israel para assegurar um acordo de cessar-fogo em Gaza, que envolveria a troca de israelenses detidos pelo grupo por palestinos presos em Israel.

Ele assumiu outras funções políticas de destaque para os radicais. Em 2022, conduziu uma comitiva do Hamas a Damasco, capital da Síria, com o objetivo de restabelecer relações com o ex-presidente sírio Bashar al-Assad, interrompidas há uma década devido ao apoio do movimento ao levante majoritariamente sunita contra o membro da seita minoritária alauita.

A ruptura havia comprometido uma aliança regional estabelecida pelo Irã para enfrentar Israel e os Estados Unidos.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.