Descubra os motivos do fim do horário de verão e o que está em discussão

A implementação de medidas contribui para diminuir despesas e otimizar o emprego de energias variáveis.

09/07/2025 14:33

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Descubra os motivos do fim do horário de verão e o que está em discussão
(Imagem de reprodução da internet).

O ONS alertou para a necessidade de usinas termelétricas para suprir a demanda crescente de energia nos próximos cinco anos, mencionando o horário de verão como uma alternativa para amenizar o problema.

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Em 2019, o governo de Jair Bolsonaro (PL) optou por extinguir o horário de verão após 88 anos de implementação.

O horário de verão compreendia o avanço do relógio em uma hora a partir da meia-noite do primeiro domingo de novembro até a meia-noite do terceiro domingo de fevereiro, conforme o Decreto nº 6.558, de 2008. Para restabelecer o horário padrão, era necessário retroceder uma hora.

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O dia nascia uma hora mais tarde e o anoitecer ocorria uma hora depois, o que significava que o sol permanecia visível até as 19h, diminuindo a necessidade de utilização de iluminação elétrica.

O horário de verão foi implementado nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal, conforme o Ministério de Minas e Energia.

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Em 2019, o governo federal decidiu suspender o horário de verão. Na época, a gestão argumentou que os hábitos de consumo de energia da população brasileira mudaram para o consumo diário de eletricidade na parte da tarde, enfraquecendo os resultados e desestimulando a adoção do adiantamento dos relógios.

Diante dessas alterações nos hábitos de consumo e da configuração sistêmica do setor elétrico brasileiro, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) solicitou novos estudos sobre os impactos do Horário de Verão. As conclusões obtidas, nesses estudos, convergiram para a constatação de que o Horário de Verão não mais produzia os resultados esperados de redução de consumo de energia elétrica.

As solicitações para a retomada do horário de verão foram apresentadas.

Em 2021, devido à escassez de chuvas nas hidrelétricas, empresas solicitaram a retomada da medida. Contudo, Bolsonaro resistiu ao retorno do horário de verão, alegando que teria impacto restrito na redução do consumo de energia.

A retomada do horário de verão permaneceu em discussão nas discussões de 2022 e 2023, com a alegação de que os estabelecimentos de bares e restaurantes registraram elevação nas vendas devido ao período noturno mais extenso.

Em 2024, com a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a questão da retomada recebeu novos fundamentos. O aumento do emprego de energia solar e eólica apresentou dificuldades nos horários de pico, compreendendo o período entre as 18h e 19h, devido à perda de eficiência dessas fontes de energia nesse intervalo.

Assim, torna-se imprescindível mobilizar as usinas termelétricas, revertendo a conta de energia para a bandeira vermelha, a mais dispendiosa. Nesse cenário, a retomada do horário de verão é apresentada como alternativa para reduzir a pressão sobre o sistema elétrico.

Em setembro do ano passado, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) defendeu a retomada do horário de verão como uma forma de contribuir para o controle dos gastos com energia elétrica.

Em 2019, Luiz Eduardo Barata, então diretor-geral da ONS, considerava que a legislação do horário de verão causava “má vontade” e foi responsável pela sua suspensão.

Contudo, em outubro de 2024, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, comunicou que o governo federal não restabeleceria o horário de verão devido aos elevados níveis dos reservatórios das hidrelétricas durantequele período.

Atualmente, a volta do horário de verão está sendo discutida. De acordo com informações do PEN 2025 (Plano de Operação Energética), divulgadas neste mês de julho, estima-se um crescimento de 14,1% na carga de energia até 2029.

Para responder à demanda crescente, sobretudo nos horários de pico, o ONS recomenda maior flexibilidade de fontes convencionais, como investimentos em hidrelétricas, e menciona o horário de verão como possibilidade para amenizar a escassez de oferta.

O horário de verão contribuiria para uma menor pressão no sistema de energia, porém o ONS afirma que essa possibilidade não foi considerada nos cenários anteriores devido à falta de perspectiva de disponibilidade no momento.

Com o aumento das fontes intermitentes, surgiram novos desafios para a operação. Necessitamos, cada vez mais, de flexibilidade no sistema, com fontes de energia controláveis, que nos atendam rapidamente para garantir o equilíbrio entre a oferta e a demanda de energia, principalmente nos horários de chamadas de rampas de carga. Isso é fundamental para assegurar a segurança e a estabilidade do sistema elétrico brasileiro, declarou Mário Rea, diretor-geral do ONS, em nota publicada na imprensa.

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Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.