O alongamento faz parte do vocabulário de quem frequenta academias e estúdios de pilates, mas também pode e deve ser incorporado ao dia a dia de pessoas que não têm rotina de treinos. Trata-se de uma prática simples e acessível que pode ser aprendida em aulas específicas, em modalidades como ioga, ou mesmo em orientações rápidas de profissionais da saúde.

O alongamento afeta diretamente a flexibilidade, a postura, a circulação e a prevenção de dores musculares. Os exercícios, que podem ser estáticos ou dinâmicos, geralmente duram entre 15 e 30 segundos por grupo muscular, podendo ser ajustados de acordo com a idade, o condicionamento físico e os objetivos individuais.

Ainda assim, persistem muitas dúvidas: qual a melhor ordem, antes ou depois do exercício, para realizar o alongamento? Se indivíduos sedentários necessitam se alongar? E qual a distinção prática entre o alongamento estático e o dinâmico? Para esclarecer essas e outras questões, especialistas consultados pela Agência Einstein explicam os benefícios reais da prática e os cuidados para incorporá-la de forma segura e eficaz à rotina.

Quais são as vantagens do alongamento?

Um dos principais objetivos desse tipo de exercício é a melhora da flexibilidade, ou seja, a habilidade de realizar movimentos com amplitudes maiores. Isso está intimamente ligado à autonomia funcional, inclusive na terceira idade, ao bem-estar e à saúde das articulações. Contudo, os benefícios que ele proporciona vão além disso: ainda melhora a circulação, o relaxamento, a percepção corporal, reduz a rigidez muscular e previne dores.

Adicionalmente, conforme aponta o médico do esporte e fisiatra Fabrício Buzatto, do Hospital Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo, é possível mencionar a influência na conduta e na execução de movimentos mais eficazes no cotidiano e nos treinos.

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Conforme aponta o profissional de educação física Everton Crivoi do Carmo, que atua na preparação física no Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, do Einstein Hospital Israelita, não se trata de uma exigência universal, porém, pode gerar resultados positivos, sobretudo quando devidamente planejada.

Será realizado antes ou depois do treino de força? Ou o ideal é uma sessão distinta?

O especialista do Espaço Einstein afirma que a ciência oferece uma resposta adequada a essa questão. “Antes do treino de força, os alongamentos estáticos prolongados e intensos não são recomendados. Se forem utilizados, devem ser curtos e dinâmicos, atuando como uma estratégia de aquecimento e preparação da musculatura”, explica.

Após o exercício, os movimentos não diminuem a dor muscular tardia, a conhecida dor do dia seguinte, nem impedem lesões, porém podem oferecer relaxamento e promover a circulação. As aulas somente de alongamento ou modalidades que focam nesse aspecto, como ioga ou pilates, representam boas alternativas para indivíduos com baixa flexibilidade ou que experimentam grande rigidez.

O alongamento dinâmico qual é? Em que situações ele deve ser aplicado?

Diferentemente do alongamento estático, que consiste em manter o corpo em uma posição fixa para alongar um músculo – frequentemente utilizado em períodos de descanso – o alongamento dinâmico envolve movimentos controlados e repetitivos. Essa prática aumenta o fluxo sanguíneo, eleva a temperatura e a oxigenação muscular, além de aprimorar a mobilidade, preparando o corpo para a atividade física e diminuindo o risco de lesões.

Pessoas que não praticam exercícios físicos regularmente também podem obter vantagens com o alongamento?

Sim. Até mesmo quem não tem o costume de se exercitar pode notar melhorias na qualidade de vida, como a melhora da circulação e a maior facilidade para executar movimentos cotidianos – como se curvar ou alcançar objetos altos –, e o aumento da força em pessoas sedentárias. “A prática ainda proporciona benefícios para quem passa muito tempo sentado ou em pé, pois ajuda a reduzir tensões musculares e prevenir dores lombares e cervicais”, afirma Buzatto.

É comum o alongamento causar dores intensas?

Durante o alongamento, geralmente se percebe apenas uma leve tensão muscular, sem dor intensa ou desconforto excessivo. Sentir dor indica que o corpo pode estar sendo ultrapassado, o que pode levar a lesões. É fundamental respeitar o próprio ritmo e a amplitude de movimento de cada indivíduo. Adicionalmente, o alongamento não substitui o fortalecimento muscular: ambos se complementam, pois um músculo saudável precisa ser, ao mesmo tempo, forte e flexível. A inclusão de exercícios de força auxilia na proteção das articulações, na melhora da postura e na otimização dos benefícios do alongamento.

Aumente sua flexibilidade: confira dicas e vantagens do alongamento.

Fonte por: CNN Brasil