Descubra a história das múmias incas preservadas em Llullaillaco

Descobertas em 1999, as Crianças de Llullaillaco são múmias incas intatas encontradas em um vulcão andino, revelando aspectos do ritual capacocha.

21/08/2025 3:34

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Descubra a história das múmias incas preservadas em Llullaillaco
(Imagem de reprodução da internet).

Através da história, achados arqueológicos têm contribuído para a compreensão atual sobre os comportamentos, crenças e práticas que influenciaram civilizações antigas. Um dos exemplos mais notáveis desse poder da arqueologia é a descoberta das Crianças de Llullaillaco, três múmias incas preservadas em um vulcão na Argentina.

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Em 1999, arqueólogos localizaram três corpos em excelente estado de conservação, juntamente com objetos rituais e oferendas, no vulcão Llullaillaco, na fronteira entre Argentina e Chile. Segundo um artigo publicado no Journal of Glacial Archaeology, as múmias foram congeladas em gelo andino por mais de 500 anos.

A descoberta expõe os segredos de um ritual inca de grande relevância: a capacocha. A cerimônia compreendia o sacrifício de crianças e jovens mulheres, com o objetivo de acalmar as divindades e impactar positivamente o reinado e o cotidiano das comunidades.

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As Crianças de Llullaillaco

Uma expedição arqueológica liderada por Johan Reinhard e Constanza Ceruti descobriu três corpos em pequenas câmaras escavadas no cume do vulcão Llullaillaco. Além dos corpos, foram encontradas mais de cem oferendas enterradas. O estudo indica que os corpos foram sepultados a aproximadamente 1,7m de profundidade e cobertos por aterros artificiais.

A moça.

A múmia mais conhecida das três foi apelidada de Donzela; segundo o estudo, ela tinha cerca de 14 anos. Foi encontrada sentada, com as pernas cruzadas e o corpo coberto por dois mantos, vestimentas cerimoniais. Exames capilares revelaram que, antes do ritual, ela consumiu uma grande quantidade de folhas de coca.

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O menino

Os arqueólogos também descobriram o corpo de um garoto de cerca de sete anos. Segundo o estudo, o menino pode ter falecido por envenenamento ou asfixia. No entanto, ele estava usando vestimentas cerimoniais, o que evidencia sua relevância no rito.

A garota do relâmpago.

A terceira criança ficou conhecida como a Menina do Raio, devido às marcas de queimaduras em seu corpo, presumivelmente causadas por um raio que atingiu o local após o sepultamento. A menina tinha aproximadamente seis anos de idade e estava cercada de oferendas. Apesar das marcas do impacto do raio a distinguirem, sua preservação também é notável, o que permitiu análises detalhadas de seu estado de saúde e do contexto ritualístico.

O ritual da Capacocha

A cerimônia, chamada capacocha, representava um dos rituais mais importantes do império Inca. Conforme investigações da arqueóloga Constanza Ceruti, especialista em rituais de alta montanha, ela ocorria em eventos específicos, como a morte de um imperador, desastres naturais severos ou comemorações de vitórias territoriais, e visava apresentar aos deuses o que era mais puro e valioso: crianças e jovens avaliados por sua perfeição física.

Esses selecionados eram removidos de suas comunidades e transportados até Cusco, a capital do império. Lá, submetiam-se a rituais de preparação, já mencionados nas crônicas coloniais do século XVI, como as de Cristóbal de Molina e Bernabé Cobo, que detalhavam o papel dessas crianças como mensageiras aos deuses. Posteriormente, iniciava-se a longa jornada em direção aos santuários construídos nos picos das montanhas sagradas. No destino final, eram soterrados vivos ou expostos ao frio intenso e à ausência de oxigênio, acompanhados de objetos rituais que simbolizavam a riqueza do império e a ligação com o mundo espiritual.

As múmias de Llullaillaco, além da relíquia arqueológica encontrada no alto da montanha, representam uma evidência viva de como o ritual da capacocha unia religião, poder político e tradição social. As três crianças confirmam os relatos deixados pelos cronistas coloniais e revelam, por meio das análises científicas modernas, a sofisticação e a intensidade espiritual de um império que via no sacrifício um elo direto com o mundo dos deuses.

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Fonte por: CNN Brasil

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