Descoberto fóssil de tiranossauros com 86 milhões de anos, traz novas informações
O “príncipe dragão da Mongólia” preenche uma lacuna inicial no registro da espécie de dinossauros.

Pesquisadores descobriram uma espécie de dinossauro inédita, com 86 milhões de anos, que preenche uma fase inicial no registro fóssil dos tiranossauros, mostrando como eles evoluíram para se tornarem predadores de topo gigantes.
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O grupo de pesquisadores que estudou as amostras da espécie o denominou Khankhuuluu mongoliensis, que traduzido significa “príncipe dragão da Mongólia”, devido ao seu tamanho reduzido em relação a seus parentes muito maiores, como o Tyrannosaurus rex – cujo nome significa “rei lagarto tirano”.
Uma nova pesquisa , publicada nesta quarta-feira (11) na revista Nature, revelou que o dinossauro recém-identificado é o ancestral mais próximo conhecido dos tiranossauros, atuando provavelmente como uma espécie de transição entre os tiranossaurosides mais antigos.
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A análise reconsiderada de dois esqueletos parciais descobertos no Deserto de Gobi, na Mongólia, em 1972 e 1973, indica que três grandes migrações entre a Ásia e a América do Norte possibilitaram a diversificação e o desenvolvimento de tamanhos gigantescos nos indivíduos da espécie no final do Período Cretáceo, antes de sua extinção há 66 milhões de anos.
O achado de Khankhuuluu nos obrigou a analisar a árvore genealógica dos tiranossauros sob uma nova ótica, declarou a coautora do <a href="https://cliquefatos.com.br/engenharia-necessita-diversificar-o-mercado-aponta-<a href="https://cliquefatos.com.br/engenharia-necessita-diversificar-o-mercado-aponta-<a href="https://cliquefatos.com.br/engenharia-necessita-diversificar-o-mercado-aponta-<a href="https://cliquefatos.com.br/engenharia-necessita-diversificar-o-mercado-aponta- estudo /”>estudo/”>estudo/”>estudo/”>estudo, Darla Zelenitsky, professora associada do departamento de Terra, Energia e Meio Ambiente da Universidade de Calgary. “Anteriormente, havia muita incerteza sobre as relações de parentesco entre os tiranossauros. O que começou como a descoberta de uma nova espécie acabou nos levando a reinterpretar a história familiar desses dinossauros.”
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Múltiplas migrações ao longo de milhões de anos.
Tiranossauros, cientificamente denominados eutiranossaurídeos, são frequentemente lembrados como dinossauros gigantescos, como o T. rex e o Tarrossauro, que atingiam várias toneladas e conseguiam abater presas de tamanho semelhante. Possuíam braços curtos, cabeças grandes e dentes afiados, e locomoviam-se sobre duas pernas.
Os tiranossauros não se desenvolveram dessa forma. Eles evoluíram de dinossauros menores antes de exercerem domínio sobre as paisagens da América do Norte e da Ásia entre 85 e 66 milhões de anos atrás.
O Tarrossauro, um ancestral do T. rex, tinha um peso entre 3.000 e 6.000 quilos, enquanto o Khankhuuluu mongoliensis, igualmente ancestral, pesava aproximadamente 750 quilos, apresentava cerca de dois metros de altura nos quadris e quatro metros de comprimento, conforme apontam os pesquisadores.
Compará-los seria como colocar um cavalo ao lado de um elefante — o Khankhuuluu alcançaria apenas a altura da coxa de um T. rex. “Ele era quase um tiranossauro, mas ainda não completamente”, explicou Zelenitsky. “O osso do focinho era oco, e os ossos ao redor dos olhos não tinham os chifres e protuberâncias vistos no T. rex.”
Estimativas apontam que o Khankhuuluu mongolensis, ou uma espécie ancestral similar, viajou da Ásia para a América do Norte através de uma conexão terrestre entre o Alasca e a Sibéria, há 85 milhões de anos.
Essa migração indica que essa espécie evoluiu inicialmente na América do Norte, onde permaneceram isoladas por milhões de anos, tornando-se progressivamente maiores.
A escassez de evidências fósseis não deixa claro o que ocorreu na Ásia entre 80 e 85 milhões de anos atrás. Alguns Khankhuuluu podem ter permanecido no continente, porém, provavelmente foram substituídos por tiranossauros maiores em torno de 79 milhões de anos atrás.
Posteriormente, outra espécie transitou pela ponte terrestre de retorno à Ásia, há 78 milhões de anos, originando dois subgrupos relacionados, mas distintos: um era uma espécie gigante de focinho profundo, e o outro, denominado Alioramin, apresentava formato mais esguio e pequeno. Estes últimos ficaram conhecidos como “rex Pinóquio”, em razão de seus focinhos longos e rasos.
Esses dois tipos de tiranossauros coexistiram na Ásia sem competir diretamente: os maiores eram predadores de topo, enquanto os Alioramins caçavam presas menores — como chitas e chacais — nos ecossistemas africanos atuais. “Por muito tempo se pensou que os Alioramins eram tiranossauros primitivos, mas agora mostramos que eles evoluíram de forma única, ‘miniaturizando’ seus corpos dentro de um grupo que, em geral, era composto por gigantes”, disse Zelenitsky.
A última migração ocorreu quando uma espécie gigante de tiranossauro retornou à América do Norte há 68 milhões de anos, levando ao surgimento do Tyrannosaurus rex.
O sucesso e a diversidade dos tiranossauros se deve a algumas migrações entre os continentes, começando com Khankhuuluu, explicou Zelenitsky. Eles estavam no lugar certo na hora certa. Conseguiram explorar nichos ecológicos abertos e evoluir rapidamente para se tornarem máquinas de matar altamente eficientes.
Revisando um achado de várias décadas.
As recentes descobertas corroboram pesquisas prévias que indicam que o ancestral imediato do *T. rex* surgiu na Ásia e depois se deslocou para a América do Norte, evidenciando a relevância da Ásia no desenvolvimento evolutivo dos tiranossauros, conforme aponta Cassius Morrison, doutorando em paleontologia na University College London, que não colaborou na pesquisa.
A nova espécie fornece dados essenciais para uma parte da árvore genealógica com poucas espécies, auxiliando na compreensão da transição evolutiva dos tiranossauros de predadores médios e pequenos para grandes predadores de topo, escreveu Morrison.
O estudo também demonstra que o grupo Alioramini, anteriormente visto como parente distante, era, na realidade, um primo próximo do T. rex.
A importância dos fósseis da nova espécie reside em sua idade, 20 milhões de anos mais antiga que o *T. rex*, conforme afirma Steve Brusatte, professor e catedrático em Paleontologia e Evolução na Universidade de Edimburgo, que também não participou da pesquisa.
A situação é marcada por uma escassez de fósseis desse período, o que leva os cientistas a classificá-lo como obscuro. É como se suspeitasse que algo relevante ocorreu na linhagem evolutiva – como um casamento ou migração –, mas sem ter registros para confirmar. A história dos tiranossauros, assim como a de muitas famílias humanas, foi moldada por migrações.
Com poucos fragmentos fósseis disponíveis, tem sido difícil compreender as variações entre tiranossauros ao longo de sua evolução, explicou Thomas Carr, professor associado de biologia no Carthage College, em Wisconsin. Contudo, o novo estudo traz clareza sobre a diversidade desses dinossauros e revela como coexistiram e evoluíram.
Novos fósseis auxiliarão no preenchimento de lacunas, porém a pesquisa atual já evidencia a importância de reavaliar achados antigos. “Sabemos muito mais sobre os tiranossauros hoje”, afirmou Carr. “Muitos desses espécimes históricos valem muito para uma segunda análise.”
Na época em que foram coletados, há meio século, os fósseis foram apenas brevemente descritos, lembrou Brusatte. “Muitos de nós na comunidade da paleontologia sabíamos que esses fósseis mongóis estavam escondidos nas gavetas dos museus, esperando para serem estudados adequadamente e contar uma parte importante da história dos tiranossauros. É como se houvesse um acordo de confidencialidade que acabou de expirar e agora os fósseis finalmente podem contar sua história.”
Encontrado no Rio Grande do Sul, fóssil de dinossauro com 233 milhões de anos.
Nova espécie de dinossauro descoberta se assemelha a “Edward Mãos de Tesoura”.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ana Carolina Braga
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.