Descobertas de fósseis nos Estados Unidos fornecem informações sobre o surgimento da era dos dinossauros
O material encontrava-se em rochas com alto teor de cinzas vulcânicas, apresentando um panorama de um ecossistema tropical exuberante, interrompido por …
Paleontólogos encontraram no Arizona fósseis de um grupo de animais, incluindo o réptil voador mais antigo conhecido da América do Norte, que indicam um período de transição. Nesse contexto, linhagens antigas, com destino ao desaparecimento, conviveram com espécies recém-chegadas no início da era dos dinossauros.
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Fragmentos do pterossauro, com tamanho semelhante ao de uma gaivota pequena, e de outras espécies foram encontrados no Parque Nacional da Floresta Petrificada, um local conhecido pela produção de fósseis de plantas e animais do Período Triássico, incluindo grandes troncos de árvores. Os fósseis recentemente descobertos têm 209 milhões de anos e compreendem pelo menos 16 espécies de vertebrados, sete das quais ainda eram desconhecidas.
O Triássico ocorreu logo após a maior extinção em massa da Terra, há 252 milhões de anos, e então terminou com outra extinção em massa, há 201 milhões de anos, que eliminou muitos dos principais concorrentes dos dinossauros. Estes últimos alcançaram supremacia incontestável no período Jurássico subsequente.
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Os fósseis, encontrados em rochas com alto teor de cinzas vulcânicas, revelam um ecossistema tropical exuberante, interrompido por rios na extremidade sul de um extenso deserto.
Junto com o pterossauro, havia outras espécies emergentes, como sapos primitivos, répteis parecidos com lagartos e uma das tartarugas mais antigas registradas, todos com semelhanças com seus parentes atuais. Os maiores predadores e consumidores de vegetais desse ecossistema pertenciam a linhagens de répteis que prosperaram na época, porém, desapareceram em seguida.
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Apesar do período Triássico ter marcado o início da era dos dinossauros, nenhum exemplar foi detectado nesse ecossistema, evidenciando que eles ainda não haviam se tornado predominantes.
“Apesar de dinossauros serem encontrados em rochas contemporâneas do Arizona e do Novo México, eles não faziam parte desse ecossistema que estamos estudando”, afirmou o paleontólogo Ben Kligman, do Museu Nacional de História Natural da Smithsonian Institution em Washington, que liderou o estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
“Isso é peculiar, e pode estar relacionado com os dinossauros preferindo habitar outros tipos de ambientes”, complementou Kligman.
Este ecossistema se localizava próximo ao equador, no interior do antigo supercontinente Pangeia, que posteriormente se fragmentou e formou os continentes atuais.
Os pterossauros, parentes dos dinossauros, foram os primeiros vertebrados a desenvolver o voo motorizado, precedidos por aves e morcegos. Acredita-se que os pterossauros tenham surgido há cerca de 230 milhões de anos, aproximadamente na mesma época dos primeiros dinossauros, embora seus fósseis mais antigos conhecidos datem de aproximadamente 215 milhões de anos atrás na Europa.
O novo pterossauro, denominado Eotephradactylus mcintireae, é visto como um predador de peixes que habitavam os cursos d’água próximos. Seu esqueleto fragmentado compreende uma porção da mandíbula inferior com muitos dentes, alguns dentes soltos e os ossos de seus dedos alongados, que contribuíam para a estrutura de suas asas.
Sua envergadura atingia aproximadamente três metros (um metro) e seu crânio possuía cerca de dez centímetros de comprimento. Apresentava presas curvas na face inferior da boca para capturar peixes durante o voo e dentes em formato de lâmina na parte posterior da mandíbula para desmembrar a presa. Os pesquisadores afirmaram que o Eotephradactylus possuía uma cauda, como a maioria dos primeiros pterossauros.
Eotephradactylus significa “deusa da aurora de asas de cinzas”, em homenagem à natureza da rocha em que foi encontrado e à posição da espécie próximo ao início da linhagem dos pterossauros. Mcintireae homenageia Suzanne McIntire, a ex-preparadora de fósseis do Smithsonian que o desenterrou.
A tartaruga se classificava como uma espécie terrestre, ao passo que o réptil com semelhança a um lagarto possuía parentesco com o Tuatara contemporâneo da Nova Zelândia. Foram identificados também fósseis de outros répteis, incluindo herbívoros protegidos por armadura, um grande anfíbio carnívoro de peixes e diversos peixes, incluindo tubarões de água doce.
Os predadores mais significativos do ecossistema eram parentes de crocodilos, possivelmente com seis metros de comprimento, superando os dinossauros carnívoros que ocupavam aquela região no período. Em terra, existia um réptil carnívoro de quatro patas pertencente ao grupo dos rauisuchianos. Nos rios, residia um carnívoro semi-aquático do grupo dos fitossauros, construído de maneira muito semelhante a um crocodilo, porém com características distintas, como narinas localizadas no topo da cabeça em vez da ponta do focinho.
Rauisuchianos, fitossauros e algumas outras linhagens fossilizadas extinguiram-se no evento de extinção do final do Triássico. Sapos e tartarugas sobrevivem até os dias atuais, enquanto os pterossauros predominaram nos céus até o impacto do asteroide há 66 milhões de anos que finalizou a era dos dinossauros.
“Aquele local representa a transição para comunidades de vertebrados terrestres mais modernas”, afirmou Kligman.
Fósseis mostram como répteis da era dos dinossauros tinham capacidade de voar.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.












