Dr. Diego Ramonfaur, residente na Cleveland Clinic, revela como o “sleep banking” ajuda a enfrentar a privação de sono e melhorar o desempenho na medicina.
O Dr. Diego Ramonfaur enfrenta frequentemente a privação de sono. Atualmente no terceiro ano de sua residência em medicina interna na Cleveland Clinic, em Ohio, ele lida com mudanças de horário a cada uma ou duas semanas. Essa dinâmica torna impossível manter horários regulares de sono.
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Com 30 anos, Ramonfaur adotou a prática do “sleep banking”, uma estratégia que permite acumular horas de sono antes de períodos de privação. Quando seus turnos são mais leves, ele tenta dormir mais cedo para “ganhar um pouco de terreno”.
Segundo ele, “investir em sono, mesmo antes de estar cansado, tem sido muito recompensador para melhorar meu desempenho durante o turno e evitar o esgotamento.”
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Especialistas recomendam que adultos durmam entre sete e nove horas por noite, além de manter horários regulares para dormir e acordar, mesmo nos finais de semana. No entanto, a realidade pode ser diferente, e é aí que entra o conceito de armazenamento de sono.
De acordo com a Dra. Rebecca Robbins, cientista do sono do Brigham and Women’s Hospital em Boston, o banco de sono é uma prática que visa implementar um horário saudável de sono, aumentando a resiliência em períodos de privação. Essa estratégia é especialmente útil para médicos e membros das forças armadas, que frequentemente enfrentam restrições de sono.
O Dr. Yo-El Ju, especialista em sono, explica que se você depende de um despertador, pode não estar dormindo o suficiente. Muitas pessoas se acostumam com essa realidade. O termo “banco de sono” pode ser enganoso, pois não é possível acumular sono, mas sim compensar a falta dele.
Quando se sabe que não haverá sono suficiente em breve, é possível tentar dormir mais nas noites anteriores. Ju recomenda que essa preparação comece pelo menos uma semana antes da privação para melhores resultados. Acordar sempre no mesmo horário é benéfico para o ritmo circadiano.
Embora o acúmulo de sono possa melhorar a cognição e a atenção em tarefas simples, não se mostrou eficaz para funções executivas, que são essenciais para a vida cotidiana e segurança. Ju destaca que gerenciar tarefas, como dirigir, exige um nível de atenção que pode ser comprometido pela falta de sono.
Além disso, o acúmulo de sono durante o dia deve ser evitado por quem sofre de insônia, pois isso pode aumentar a frustração e dificultar ainda mais o sono.
Para aqueles com padrões de sono saudáveis, o armazenamento de sono pode ajudar a enfrentar períodos futuros de privação. Contudo, é crucial retornar a uma rotina normal assim que possível. Ju sugere programar um alarme para dormir uma ou duas horas antes de ir para a cama, ajudando a preparar o corpo para o descanso.
Ele ressalta que, em meio à correria do dia a dia, muitas pessoas não dedicam tempo para desacelerar antes de dormir. Nossos cérebros precisam de um momento de descanso para relaxar e conseguir dormir adequadamente.
Autor(a):
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.