Desaceleração do PIB e Expectativas de Juros: Banco Central pode agir em 2026

Desaceleração do PIB gera expectativas de redução da taxa de juros pelo Banco Central em 2026, mas desafios fiscais e aumento de gastos públicos preocupam economistas

04/12/2025 11:47

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(Imagem de reprodução da internet).

Desaceleração do PIB e Expectativas para a Taxa de Juros em 2026

Após a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, que apresentou uma desaceleração, economistas preveem uma possível redução da taxa de juros pelo Banco Central no início de 2026. Entretanto, analistas alertam para o cenário fiscal no Brasil, que deve continuar sendo um desafio ao longo de 2026, um ano que promete ser marcado pelo aumento dos gastos públicos.

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Em entrevista ao CNN Money, a professora de economia do Insper, Juliana Inhasz, afirmou que o resultado do PIB pode levar o Banco Central a adotar um tom mais brando. Ela comentou que “talvez o discurso agora comece a ficar um pouco mais suave.”

Expectativas para a Taxa de Juros

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, acredita que há espaço para o Banco Central reduzir a taxa de juros no primeiro trimestre de 2026. Ele destacou que a Selic, atualmente em 15% ao ano, permanece elevada devido ao cenário fiscal e à dívida do país.

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Dados do IBGE, divulgados recentemente, mostram que o PIB cresceu 0,1% em comparação ao segundo trimestre, ligeiramente abaixo da expectativa de 0,2%. Na última ata do Banco Central, foi mencionado que a instituição busca assegurar a convergência da inflação em torno da meta, mas não hesitará em retomar o ciclo de alta se necessário.

A próxima reunião para decisão sobre juros está marcada para 9 e 10 de dezembro.

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Desafios Fiscais e Crescimento dos Gastos Públicos

Os economistas alertam que os gastos públicos devem aumentar em 2026, especialmente por ser um ano eleitoral, o que traz incertezas. Inhasz destacou que “em termos de incerteza, o ano é um pouco mais fraco”, devido à eleição e aos desafios que o governo enfrenta para implementar mudanças estruturais.

Vale também mencionou que a expansão dos gastos públicos vem ocorrendo há três anos, desde 2023, o que complica a visão do Banco Central. Apesar disso, ele acredita que há espaço para a taxa de juros cair no primeiro trimestre, já que o BC analisa o cenário em um horizonte de 18 meses.

Perspectivas para o Crescimento Econômico

Leonardo Costa, economista do ASA, comentou que o resultado do PIB no terceiro trimestre confirma uma desaceleração gradual da atividade econômica. Ele observou que, apesar da “forte injeção de renda via pagamento de precatórios”, a resposta da economia foi moderada, indicando uma perda de tração, especialmente no consumo das famílias.

Em relação às projeções, Costa afirmou que a revisão das séries mostra que o início de 2025 foi mais forte do que o inicialmente divulgado, mas o ano ainda é caracterizado por um arrefecimento ao longo dos trimestres. Ele prevê um crescimento anual do PIB em torno de 2,2% para este ano.

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.