Pelo menos quatro parlamentares contataram ministérios para obter informações sobre o pouso em território brasileiro de uma aeronave da Força Aérea dos Estados Unidos empregada em missões especiais ou sigilosas do governo norte-americano. O avião está no Brasil desde a terça-feira 19, quando aterrissou no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS).
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Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Sâmia Bomfim (PSOL-RS) e Glauber Braga (PSOL-RJ) solicitam ao Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR) dados sobre o assunto.
A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) comunicou ter movido ações contra o MPOR e as secretarias de Defesa e Relações Exteriores em relação à chegada da aeronave. “Qual é a missão, o propósito e a justificativa oficial apresentada pelas autoridades dos EUA? Nossa soberania precisa estar assegurada e garantida”, escreveu no X.
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O avião em questão é um Boeing C-32B, com a matrícula 00-9001 e pintura branca. Os parlamentares relataram que a aeronave é utilizada para transportar autoridades americanas, incluindo o presidente em algumas ocasiões. Os petistas destacaram que o avião também é empregado em “missões especiais” e está frequentemente associado à CIA – a Agência Central de Inteligência dos EUA.
As informações de registro de voos indicam que a aeronave decolou na segunda-feira, 18, de uma base aérea em Nova Jersey e prosseguiu para Tampa, nos Estados Unidos. Em seguida, sobrevoou San Juan (território dos Estados Unidos no Caribe) antes de partir para Porto Alegre, onde aterrissou às 17h13 de terça-feira, 19. No mesmo dia, a aeronave partiu para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, e continuou até esta quarta-feira.
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Melchionna, Sâmia e Glauber questionam no requerimento ao MPOR se a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) foi informada sobre a operação. Adicionalmente, perguntam-se sobre os procedimentos utilizados para a autorização de pouso e verificam se ocorreu o desembarque de passageiros, tripulação ou cargas.
A presença de aeronave pertencente à força aérea estrangeira em território nacional, sem informações públicas claras acerca de sua missão, levanta preocupações relevantes que merecem ser sanadas.
Em nota à reportagem, a Anac informou não ter registro do voo. Contudo, afirmou ser possível que o registro tenha sido realizado pela Aeronáutica.
A CartaCapital entrou em contato com a Força Aérea Brasileira, o Ministério dos Portos e Aeroportos, o Ministério da Defesa, o Ministério das Relações Exteriores e a Polícia Federal, buscando respostas.
Fonte por: Carta Capital