Deputados discutem se anistia pode ser alternativa para tarifas de Trump

Aposta é vista por defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

11/07/2025 22:27

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Deputados discutem se anistia pode ser alternativa para tarifas de Trump
(Imagem de reprodução da internet).

O presidente do PL na Câmara, Sôstenes Cavalcante (RJ), e a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) discutiram, na sexta-feira (11), no CNN Arena, a questão da anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023.

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O debate se concentrou na possibilidade de que a aprovação do projeto pelo Congresso Nacional pudesse levar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a revogar a alíquota de 50% sobre produtos brasileiros.

A medida representa um investimento de seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Para Melchionna, é preciso ser um “falso patriota” para defender o que classificou como “subjugação aos interesses nacionais” e “desrespeito ao povo brasileiro”.

A deputada do PSOL declarou que a carta de Trump é formada por “mentiras e notícias falsas” acerca do comércio entre Brasil e EUA, e que a proposta constitui uma tentativa de interferência externa na política interna.

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É lamentável utilizar um poder externo para tentar assegurar que a Justiça seja conduzida no Brasil.

Melchionna também comparou os projetos de Trump e Bolsonaro, classificando ambos como “autoritários”, e afirmou que “buscam acabar com as liberdades democráticas para impor os ajustes econômicos dos interesses do capital”.

Defendeu-se que seja intensificado um calendário de mobilização nacional, em defesa dos interesses do povo brasileiro, da nossa soberania, bem como de pautas populares que se encontram paralisadas nas câmaras.

Sustenção afirmou que a anistia já deveria ter sido votada e criticou a posição da esquerda.

Considera-se relevante que indivíduos de esquerda busquem atribuir a responsabilidade por questões relacionadas ao tarifário a nós. Não apoiamos [o tarifário], e essa posição é compartilhada pela esquerda.

O líder do PL ainda afirmou que, quando os alvos são aliados do governo Lula, “se passa o pano”.

A crítica foi direcionada em referência à solidariedade oferecida por Lula, ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que está cumprindo prisão domiciliar em Buenos Aires após condenação por corrupção em obras públicas.

Sustenção também responsabilizou Lula pelas ações anunciadas por Trump, mencionando momentos em que o presidente brasileiro se manifestou contra Israel, além de ter feito críticas públicas a Trump nas eleições americanas.

Sempre é na contramão do mundo. Agora, todos os setores da esquerda brasileira, vocês que foram responsáveis pelo tarifário, resolvam! Tem 20 dias. Ontem era 21.

Lula e os Estados Unidos enfrentam tensões diplomáticas decorrentes de investigações e acusações envolvendo o filho do presidente brasileiro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos serão respondidas em conformidade com a Lei brasileira de Reciprocidade Econômica.

Lula afirmou que o processo judicial sobre o suposto plano de golpe de Estado está de competência da Justiça Brasileira e, por conseguinte, “não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que viole a independência das instituições nacionais”.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou a decisão dos Estados Unidos de taxar em 50% as importações brasileiras como “política” e “insustentável”.

Publicado por João Scavacin, da CNN e sob supervisão de Douglas Porto

Fonte por: CNN Brasil

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.