Deputado Ricardo Ayres é investigado em operação da PF sobre desvios em Tocantins

Deputado foi indicado pelo presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) para conduzir a CPI do INSS após a manobra da oposição.

03/09/2025 14:09

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Deputado Ricardo Ayres é investigado em operação da PF sobre desvios em Tocantins
(Imagem de reprodução da internet).

O deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos-TO) foi objeto de mandado de busca e apreensão da Polícia Federal nesta quarta-feira (3), na operação que afastou o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), do cargo.

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A decisão que autorizou a operação Fames-19, à qual a CNN teve acesso, indica que “se justificam as buscas e apreensões em relação a Ricardo Ayres de Carvalho”.

A PF aponta, no relatório da investigação, que foi identificado o registro manuscrito, com o objetivo de controle, do nome do parlamentar, que antes era deputado estadual, em notas fiscais emitidas por uma empresa varejista investigada. A PF afirma que essa empresa foi utilizada para o fornecimento de cestas básicas de existência meramente formais.

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O relatório da Polícia Federal aponta, além de apontamentos manuais, que um investigado direcionou R$ 900 mil para uma empresa e cerca de R$ 1,1 milhão para outra; Ricardo Ayres destinou aproximadamente R$ 1,7 milhão para a contratação da primeira empresa investigada e R$ 1,2 milhão para um mercado de carnes, que também é investigado.

Ayres é aliado do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e havia sido escolhido para ser o relator da CPI do INSS, antes da manobra da oposição.

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As investigações receberam autorização do STJ devido ao foro privilegiado dos investigados. As supostas fraudes teriam ocorrido durante o período em que o parlamentar exercia suas funções como deputado estadual.

A operação Fames-19 apura desvio de recursos destinados ao combate à Covid-19, abrangendo valores provenientes de verbas parlamentares destinados à compra de cestas básicas.

O parlamentar federal emenda sua declaração em ata.

Recebo com serenidade o desencadeamento da nova fase da Operação Fames-19, conduzida pela Polícia Federal, em razão exclusiva de eu ter exercido, na época dos fatos investigados, o mandato de deputado estadual. Ressalto que não tenho qualquer relação com os atos apurados e que minha citação decorre apenas da condição de parlamentar naquele período.

Reitero meu respeito às instituições e ao trabalho investigativo em curso, colocando-me integralmente à disposição para colaborar com as autoridades sempre que necessário.

O telefone celular do deputado foi apreendido para análise da Polícia Federal.

Governador afastado.

O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, foi o foco da operação da Polícia Federal realizada em Palmas, capital do estado.

O governador foi afastado do cargo mediante decisão do STJ.

A Polícia Federal afirma que as investigações, que ocorrem em sigilo no Superior Tribunal de Justiça, indicam “fortes indícios de um esquema de desvio de recursos públicos entre os anos de 2020 e 2021”.

A instituição também aponta que, nesse período, os investigados teriam se aproveitado do estado de emergência em saúde pública e assistência social para fraudar contratos de fornecimento de cestas básicas.

Foram realizados pagamentos superiores a R$ 97 milhões em contratos referentes ao fornecimento de cestas básicas e frangos congelados, resultando em prejuízo estimado de mais de R$ 73 milhões aos cofres públicos.

Os valores anômalos teriam sido disfarçados através da criação de projetos de alto padrão, da aquisição de rebanho e do pagamento de despesas individuais dos participantes.

Em todo, 200 policiais federais executam 51 mandados no Tocantins, Maranhão, Distrito Federal e na Paraíba.

Em declaração à CNN, o governador, agora afastado, afirmou que a decisão é precipitada e que acionará os meios jurídicos necessários para reassumir o cargo.

Recebo a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) com respeito às instituições, mas registro que se trata de medida precipitada, adotada quando as apurações da Operação Fames-19 ainda estão em andamento, sem conclusão definitiva sobre qualquer responsabilidade da minha parte. É importante ressaltar que o pagamento das cestas básicas, objeto da investigação, ocorreu entre 2020 e 2021, ainda na gestão anterior, quando eu exercia o cargo de vice-governador e não era ordenador de despesa.

Reitero que, por minha decisão, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e a Controladoria-Geral do Estado (CGE) instauraram auditoria nos contratos citados e enviaram integralmente as informações às autoridades competentes.

Adicionalmente a essa medida em andamento, mobilizarei os recursos legais indispensáveis para retomar o cargo de governador do Tocantins, demonstrar a legalidade de meus atos e combater essa ilegalidade, garantindo a estabilidade do Estado e a permanência dos serviços à população.

Fonte por: CNN Brasil

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.