Deputado italiano solicita extradição e revogação da cidadania de Carla Zambelli

O Itália corre o risco de se tornar um refúgio para criminosos, afirmou Angelo Bonelli; a deputada disse que estaria “imune” no país.

04/06/2025 18:23

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Deputado italiano solicita extradição e revogação da cidadania de Carla Zambelli

Angelo Bonelli, do partido Europa Verde, encaminhou uma carta ao governo da Itália solicitando “medidas urgentes” para a extradição e revogação da dupla cidadania de Carla Zambelli (PL-SP) após a deputada anunciar que deixou o Brasil e pretende morar na Europa, rumo à Itália, depois dos Estados Unidos.Em maio, a parlamentar foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão, além da perda do cargo na Câmara dos Deputados, pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A carta foi direcionada aos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional, do Interior e da Justiça, pedindo para revogar a cidadania daqueles que forem condenados por crimes de golpe ou tentativa de golpe, crimes contra a humanidade, incitação à subversão violenta da ordem econômica ou social do Estado, ou à supressão violenta da ordem política e jurídica do Estado.Angelo Bonelli também mencionou no ofício a declaração de Carla Zambelli, na qual ela afirma que deixará os Estados Unidos — onde está atualmente — rumo à Itália, por acreditar ser “intocável” no país. O objetivo do deputado é impedir que a parlamentar do PL obtenha asilo político na Itália. “A Itália arrisca-se a tornar-se um paraíso para gente condenada. Esperamos uma resposta clara do governo, no sentido de extraditar Carla Zambelli para o Brasil”, escreveu Angelo Bonelli no X (antigo Twitter). No ofício, o deputado Angelo Bonelli descreveu, em ordem cronológica, o histórico de Carla Zambelli até sua condenação, para que os ministros italianos tenham ciência dos crimes da deputada e justificar o pedido de extradição e revogação da cidadania.Zambelli foi condenada unânime pela Suprema Corte a dez anos de prisão e a perda do mandato de deputada devido à invasão ao sistema do CNJ, em conjunto com o hacker Walter Delgatti Neto. No ataque, em 2023, foi emitido um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. A parlamentar também incluiu a atuação de Zambelli nas eleições de 2022. O relatório detalha que ela disseminou notícias falsas sobre as urnas eletrônicas e o aplicativo e-Título, com a intenção de sugerir manipulações em favor do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Por consequência, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aplicou multas significativas e determinou a remoção dos conteúdos.Em janeiro de 2025, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) anulou seu mandato e a declarou inelegível por oito anos, em razão da disseminação de desinformação sobre o sistema eleitoral durante as eleições de 2022, conforme relatado ao deputado para os ministros italianos sobre a decisão da Justiça Eleitoral. O documento também recorda outro processo envolvendo Zambelli no STF por perseguir um homem com uma pistola na véspera do segundo turno das eleições de 2022.Zambelli deixou o Brasil em 25 de maio de 2025 para evitar a Justiça brasileira e, até o momento, estaria em Miami, nos EUA, afirmou. Em seguida, o parlamentar citou a entrevista concedida à CNN nesta terça-feira, 3, em que ela declarou que se mudaria da Itália para os Estados Unidos. “Quais medidas urgentes os ministros interpelados, cada um no âmbito de sua competência, pretendem adotar para cumprir as disposições, no caso de Carla Zambelli, contidas na Lei 144/1996, colaborando desde já com a Interpol”, questionou.Moraes ordenou na quarta-feira a prisão preventiva de Zambelli. Na decisão, Moraes afirma que a deputada tentou “se furtar da aplicação da lei penal”. O ministro também determinou o bloqueio dos passaportes de Zambelli e a inclusão do nome dela na lista de difusão vermelha da Interpol. A Justiça poderá solicitar ao país em que Zambelli estiver a prisão preventiva para fins de extradição. O pedido de prisão preventiva deve ser encaminhado pelo STF, juízo competente do caso, ao Ministério da Justiça, que encaminhará o pedido pela via diplomática ou diretamente pela autoridade central, devendo solicitar, antes disso, a inclusão de mandado de prisão na difusão vermelha do órgão, o que já foi solicitado por Moraes.Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Fernando Dias

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Fonte por: Jovem Pan

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.