Deputada Marina do MST solicita CPI para investigar chacina no Rio de Janeiro
A deputada estadual Marina do MST (PT-RJ) protocolou, junto a outros nove parlamentares de oposição, um pedido para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O objetivo é apurar as responsabilidades pela operação policial que resultou na morte de 121 pessoas nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro.
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Em entrevista à Rádio Brasil de Fato, a deputada enfatizou a importância de uma investigação legislativa sobre as ilegalidades e abusos cometidos durante a ação policial, que é considerada a mais letal da história do estado e do país. “Nós vemos essa CPI como uma CPI da chacina, não apenas da operação. É para olhar também o processo todo da segurança pública do Rio de Janeiro”, afirmou.
Denúncias de irregularidades e falta de transparência
Marina criticou o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, por suposta ocultação de informações. “O governador Cláudio Castro tem dito muitas falácias, muitas mentiras sobre esse processo”, denunciou. A deputada levantou suspeitas de que a operação, supostamente planejada por um ano, foi realizada de maneira irregular, sem articulação entre os poderes e sem inteligência.
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Durante a entrevista, ela revelou que seu gabinete recebeu denúncias de sinais de tortura em corpos de vítimas, além de relatos de decapitações e ferimentos por arma branca. “Famílias estão tendo que entrar na mata atrás de corpos”, relatou.
A falta de transparência na perícia e a ausência de imagens das câmeras corporais dos agentes também foram questionadas.
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Críticas ao modelo de segurança pública
Marina criticou a ideia de que operações violentas garantem segurança à população. “Quem na cidade se sente mais seguro depois dessa chacina? Os principais criminosos não moram nas comunidades”, afirmou. Segundo ela, o modelo de segurança baseado em incursões armadas é um fracasso, resultando em mais insegurança e luto.
A deputada destacou que movimentos sociais estão organizando um ato público para denunciar as violações e exigir mudanças estruturais. “É preciso construir um projeto de segurança pública em que a defesa da vida e da dignidade estejam no centro”, concluiu.
