Departamento de Segurança Interna dos EUA diminui o suporte às vítimas de inundações no Texas
A agência de gerenciamento de emergências diminuiu sua capacidade após a saída de profissionais devido ao término de contratos.

A FEMA (Agência Federal de Gerenciamento de Emergências) dos Estados Unidos deixou de atender quase 60% das chamadas para sua linha de assistência a desastres, dois dias após as inundações no Texas. O ocorrido foi registrado na sexta-feira (6.jul.2025), quando centenas de atendentes contratados foram desligados após o término de seus contratos, no dia anterior.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A não renovação imediata dos contratos decorreu de uma nova política adotada pela secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, que demanda sua aprovação individual para gastos acima de US$ 100 mil. De acordo com reportagem do The New York Times, a secretária somente autorizou a renovação na quinta-feira (10.jul.2025), comprometendo a capacidade da FEMA durante o período crítico.
Leia também:

O plenário do Congresso deve instalar nesta terça-feira comissão sobre medida provisória alternativa ao Imposto sobre Operações Financeiras

O promotor de justiça Gonet indeferiu o pedido de perdão judicial da Cid Suzeno, referente à operação Lava Jato e ao benefício da delação premiada

Setor produtivo estima 110 mil demissões decorrentes da tarifa imposta ao Brasil
Análises do New York Times revelam uma forte redução na taxa de atendimento. Em 5 de julho, a FEMA processou 3.027 chamadas, solucionando 3.018, o que corresponde a 99,7% do total. No dia seguinte, a agência recebeu 2.363 ligações, atendendo apenas 846, cerca de 35,8%. A situação se agravou em 7 de julho, com 16.419 chamadas recebidas, resultando em 2.613 atendimentos, aproximadamente 15,9%.
Ainda não há uma decisão, dispensa ou assinatura da Secretária do Departamento de Segurança Interna.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
As principais afetadas foram as vítimas das inundações na região central do Texas, que procuravam assistência federal após terem perdido suas casas e bens. Essas pessoas tentavam obter auxílio financeiro, como o pagamento único de US$ 750 oferecido pela Fema para necessidades imediatas, como alimentação e suprimentos básicos.
As inundações no Texas Central causaram mais de 120 mortes no início de julho. O presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano), e a primeira-dama Melania Trump visitaram Kerrville, Texas, em 11 de julho, comunidade ao longo do rio Guadalupe que se tornou centro para esforços de busca e recuperação.
A FEMA não divulgou dados sobre seu desempenho no atendimento após desastres. Em outubro de 2024, após os furacões Helene e Milton, a agência publicou informações que indicaram que não respondeu a quase metade das 507.766 chamadas recebidas durante uma semana.
O governo Trump interrompeu no mês passado a atuação da FEMA em visitar residências em áreas atingidas por desastres para auxiliar sobreviventes na solicitação de assistência. David Richardson, administrador interino da agência, não possui experiência em gerenciamento de emergências e não realizou aparições públicas desde sua nomeação em 8 de maio, em contraposição à tradição de líderes da FEMA se reunirem com autoridades locais após desastres.
Um porta-voz não identificado do Departamento de Segurança Interna, em um e-mail obtido pelo NYT, afirmou: “Quando um desastre natural ocorre, as ligações aumentam e os tempos de espera podem aumentar subsequentemente. Apesar desse influxo esperado, o centro de atendimento de desastres da FEMA respondeu a todos os chamados de forma rápida e eficiente, garantindo que ninguém ficasse sem assistência.”
Jeffrey Schlegelmilch, diretor do Centro Nacional de Preparação para Desastres da Universidade Columbia, criticou a situação: “Responder a menos da metade das consultas é bastante horrível. Coloque-se no lugar de um sobrevivente: você perdeu tudo, está tentando descobrir o que está seguro e o que não está, e está navegando por diversos programas de ajuda. Um dos serviços mais importantes na recuperação de desastres é poder ligar para alguém e percorrer esses processos e documentação.”
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.