Divulgação de Documentos sobre Jeffrey Epstein pelo Departamento de Justiça dos EUA

Na sexta-feira, 19 de setembro de 2025, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos liberou uma quantidade significativa de documentos relacionados ao criminoso sexual Jeffrey Epstein. Essa divulgação era aguardada há muito tempo. Inicialmente, o governo havia prometido uma ampla liberação de informações, mas, em julho, mudou de postura.

Após uma forte pressão bipartidária, o Congresso aprovou, no mês passado, uma lei que obriga a liberação dos arquivos.

Os documentos divulgados não representam a totalidade do que o Departamento de Justiça possui. Foi anunciado que a liberação continuará nas próximas semanas. Embora ofereçam uma visão mais clara do que o governo inicialmente decidiu ocultar, as primeiras análises indicam que não contêm provas irrefutáveis e apresentam poucas revelações significativas.

1. Descumprimento da Lei pelo Governo

A administração não cumpriu a lei, o que gerou críticas. O Departamento de Justiça não divulgou todos os documentos dentro do prazo estabelecido, que era de 30 dias após a aprovação da lei. Além disso, muitos documentos apresentavam extensas partes censuradas, com justificativas que não se alinhavam ao que a lei previa.

As censuras foram inconsistentes, com o mesmo conteúdo sendo tratado de maneiras diferentes em documentos distintos. Em alguns casos, partes omitidas incluíam páginas inteiras e até documentos completos, como 119 páginas de depoimentos. O deputado republicano Thomas Massie criticou a divulgação, afirmando que descumpria o espírito e a letra da lei.

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2. Enfoque nas Conexões com Bill Clinton

Os documentos liberados continham várias informações sobre o ex-presidente Bill Clinton, incluindo fotos inéditas. Uma das imagens mais notáveis mostrava Clinton na água ao lado de uma pessoa cujo rosto estava oculto. O Departamento de Justiça destacou essas informações, mencionando que não se limitou a ocultar apenas os nomes das vítimas.

As ligações de Clinton com Epstein são de conhecimento público, e ele nunca foi acusado de irregularidades. O porta-voz de Clinton, Angel Ureña, afirmou que o foco do governo em Clinton parecia uma tentativa de desviar a atenção de outras questões.

3. Ausência de Donald Trump nos Documentos

É notável como o nome de Donald Trump aparece pouco nos documentos divulgados. Embora Trump e Epstein tenham sido amigos próximos nos anos 1990 e 2000, as referências a Trump são escassas. O nome dele aparece em agendas e listas de voos, mas a grande questão é se ele sabia das atividades de Epstein.

Várias vítimas de Epstein exigem respostas sobre as ligações de Trump. No entanto, Trump não comentou sobre a situação em declarações à imprensa na noite de sexta-feira.

4. Falhas no Sistema Judicial

Os novos documentos confirmam que as autoridades foram alertadas sobre Epstein muito antes de sua prisão em 2019. Maria Farmer, uma sobrevivente, apresentou uma queixa contra Epstein na década de 1990, que foi documentada pelo FBI. O documento revela que Epstein ameaçou Farmer para que ela não falasse sobre as fotos que ele havia roubado.

A irmã de Farmer expressou sua indignação ao ver a confirmação por escrito, questionando quantas pessoas foram prejudicadas após a denúncia inicial.

5. Revelações sobre Outras Figuras Famosas

Os documentos também incluem fotos de outras personalidades, como Michael Jackson, que aparece em uma imagem com Clinton e Diana Ross. Além disso, Epstein é visto em fotos com o jornalista Walter Cronkite, que também foi mencionado em registros de voos para a ilha particular de Epstein.

Essas revelações têm gerado preocupação entre figuras proeminentes associadas a Epstein, embora não haja provas de envolvimento em atividades ilegais. Larry Summers, ex-secretário do Tesouro, se afastou de suas funções e expressou estar envergonhado por sua associação com Epstein.