Departamento de Estado dos EUA defende medidas restritivas contra Alexandre de Moraes em processo judicial envolvendo Jair Bolsonaro
O Supremo Tribunal Federal retomou nesta terça-feira, 9, a análise da denúncia sobre a trama golpista.

A embaixada dos Estados Unidos no Brasil republicou uma mensagem do subsecretário para Diplomacia Pública do Departamento de Estado norte-americano, Darren Beattie, que justificou as sanções impostas ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A mensagem da embaixada, que menciona o Dia da Independência brasileira, ocorrido no último domingo, 7, surge em meio à retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por liderar uma tentativa de golpe de Estado.
O dia 7 de setembro celebrou o 203º aniversário da Independência do Brasil, reafirmando o compromisso de apoio ao povo brasileiro em busca da preservação dos valores de liberdade e justiça. “Para o ministro Alexandre de Moraes e para aqueles indivíduos cujos abusos de autoridade comprometeram essas liberdades fundamentais, continuaremos a adotar as medidas adequadas.”
Leia também:

Moro vota pela condenação de Bolsonaro e outros 7 réus no esquema de golpe

Na noite anterior ao seu julgamento, Fux acirra debate e demonstra sua posição de oposição a Moraes

Investigador vinculado a casos de assédio contra deputada e senadora é alvo de operação da PF
As sanções do governo de Donald Trump contra Moraes fundamentam-se na Lei Global Magnitsky, que pune indivíduos estrangeiros envolvidos em supostas violações de direitos humanos ou atos de corrupção em âmbito internacional.
Ao anunciar a punição, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos judicializados com motivação política – inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Uma possível consequência prática seria o congelamento de todos os bens ou investimentos de Moraes nos Estados Unidos, fato que, segundo o ministro, ainda não foi confirmado. Em 18 de julho, o Departamento de Estado já havia revogado os vistos do magistrado e de seus familiares. Um efeito indireto, no entanto, seria o cancelamento de cartões de crédito emitidos nos Estados Unidos.
Em agosto, o deputado democrata Jim McGovern criticou a aplicação da Magnitsky contra o ministro. Em carta ao secretário de Estado, Marco Rubio, e a Bessent, o congressista defendeu a revogação da medida.
McGover, autor da Lei Magnitsky de 2012 e coautor da expansão da legislação em 2016, declarou que o uso contra Moraes compromete o propósito da lei, enfraquecendo sua integridade e prejudicando sua aplicação contra indivíduos que infringem os direitos humanos.
É lamentável que o governo Trump tenha aplicado sanções GloMag [Global Magnitsky] de forma inadequada, prejudicando os esforços do Judiciário brasileiro na defesa das instituições democráticas e no respeito ao Estado de Direito, conforme declarado pelo deputado.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Ana Carolina Braga
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.