Denúncia da Procuradoria-Geral da República solicita pena para Bolsonaro e sete outros indivíduos; detalhes sobre os envolvidos no esquema de tentativa de golpe
A lista de denunciados do núcleo inclui, além do ex-presidente, ex-ministros e militares.

O Ministério Público Federal solicitou, na segunda-feira (14), a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus do núcleo considerado “crucial” para uma tentativa de golpe de Estado em 2022.
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Além de Bolsonaro, estão presentes no núcleo ex-ministros e militares aliados diretos do ex-presidente.
Mauro Cid
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel do Exército, disseminou informações falsas sobre urnas eletrônicas, conforme a denúncia da PGR.
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Em depoimento prestado em 2023, relatou reuniões de teor golpista e alegou que Bolsonaro recebeu e editou minuta de decreto que previa Estado de Exceção. Apesar de questionada, sua delação sustentou parte das provas do processo.
Walter Braga Netto
Ex-general da reserva, exerceu cargos de ministro da Defesa, chefe da Casa Civil e disputou a vice-presidência na chapa de Bolsonaro. É acusado de ter participado do planejamento dos planos “Punhal Verde e Amarelo”, que visavam o atentado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
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Cid teria mobilizado fundos para apoiar acampamentos golpistas e influenciado os líderes das Forças Armadas a se juntarem ao plano. Ele permanece detido sob medidas cautelares desde dezembro de 2024, sendo acusado de tentar interferir nas investigações.
Alexandre Ramagem
Deputado federal pelo PL e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) no governo Bolsonaro.
É acusado de empregar agências para fins políticos no esquema da “Abin paralela” e de financiar ataques a Bolsonaro contra o sistema eleitoral. Em maio, o Congresso suspendeu parte da ação penal, absolvendo-o de dois dos cinco crimes que lhe eram imputados.
Almir Garnier
Almirante de esquadra que liderou a Marinha durante o governo Bolsonaro.
Ele foi um dos signatários da nota em defesa dos acampamentos em frente aos quartéis do Exército. A Procuradoria-Geral da República afirmou que foi o único militar a aderir ao plano de golpe, tendo mobilizado a Marinha para apoio ao ex-presidente.
Anderson Torres
Antigo ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal.
É acusado de omissão em 8 de janeiro e de permitir que a PRF (Polícia Rodoviária Federal) dificultasse o voto de eleitores presumivelmente contrários a Bolsonaro. Uma minuta de decreto golpista foi apreendida em sua residência.
Augusto Heleno
O ex-general da reserva, com 77 anos, exerceu a função de ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) durante o governo Bolsonaro.
Para a PGR, o ex-presidente teve o auxílio direto de Heleno para desencadear o plano criminoso de divulgação de mensagens que questionavam a segurança do sistema eleitoral brasileiro.
Um grupo que coordenava uma trama fraudulenta planejava estabelecer um “secretariado de gestão de crise” sob o comando de Heleno.
Paulo Sérgio Nogueira
Ex-general da reserva, ex-comandante do Exército e ex-ministro da Defesa.
Participou de reuniões sobre o golpe e, segundo a PGR, buscou apoio entre comandantes das Forças Armadas. Também é acusado de reforçar desconfiança pública sobre as urnas eletrônicas.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.