Defensor de Garnier critica inconsistências do depoente e assegura que ex-chefe do Estado-Maior da Marinha será absolvido pelo Supremo Tribunal Federal.
O advogado Demésthenes Torres afirmou em entrevista ao Poder360 nesta terça-feira (24.jun.2025) que as ações no inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) que apura uma tentativa de golpe de Estado não têm efeito prático.
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Demésthenes é o advogado de defesa de Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, que responde a processo na Corte sob suspeita de envolvimento no caso.
Assista à íntegra da entrevista.
O Supremo conduziu duas intimações nesta terça-feira (24.jun). A primeira, envolvendo o general Braga Netto e o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, e a segunda, entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército.
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De acordo com Demésthenes Torres, Mauro Cid já apresentou a “12ª ou 13ª versão do mesmo fato”, o que compromete a credibilidade do acordo de colaboração premiada estabelecido. Informações sugerem que o tenente-coronel pode ter fornecido informações falsas ao STF, o que coloca em risco a validade da delação.
Acredita-se que Mauro Cid é um mau exemplo de colaborador. O Supremo Tribunal Federal terá que decidir sobre uma anulação que muda constantemente.
O advogado de Almir Garnier afirmou não enxergar espaço para condenação com base política, pois, segundo ele, o Tribunal não condenará alguém com base em uma delação instável como essa.
Demésthenes Torres declarou que durante a operação Braga Netto “sempre permaneceu com a cabeça baixa, tentando escapar e entrando em contradição”.
Adicionalmente, declarou que o diáentre Freire Gomes e Anderson Torres teve pouca relevância. Ele afirmou que os indivíduos defenderam sua versão dos fatos e isso não deve impactar significativamente o andamento do processo.
A acarelação é um instrumento jurídico que confronta indivíduos com versões divergentes para que esclareçam discordâncias em seus relatos.
Os dois encontros foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito. Todos os envolvidos são réus no núcleo militar da investigação.
Para a defesa, as acusações contra o ex-comandante da Marinha são infundadas. “Todas já foram desmentidas”, afirmou Demésthenes Torres.
A Polícia Federal apurou que Bolsonaro apresentou aos chefes das Forças Armadas um projeto de decreto, denominado “minuta golpista”, com o objetivo de instituir estado de sítio ou de defesa, necessitando de aprovação do Congresso.
Em depoimento ao STF em 10 de junho, Garnier afirmou não ter recebido qualquer documento e não ter disponibilizado tropas para um golpe de Estado.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.