Delegados da PF investigam o presidente da CBF e deputada do MDB por suspeita de compra de votos

Agentes realizaram buscas em endereços associados a Samir Xaud e Helena da Asatur, localizados no Rio de Janeiro e em Roraima.

30/07/2025 11:06

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(Imagem de reprodução da internet).

A Polícia Federal realiza buscas em locais relacionados ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Samir Xaud, e à deputada Helena Lima (MDB-RR). A suspeita é de que ambos tenham participado de um esquema de compra de votos nas eleições de 2024.

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A operação policial executa dez mandados em Roraima e Rio de Janeiro. O Ministério Público solicitou o bloqueio de mais de 10 milhões de reais nas contas dos investigados. Não há mandados de prisão.

A investigação, segundo a PF, teve início após a apreensão de 500 mil reais, em setembro de 2024. O dinheiro, naquela ocasião, foi apreendido com o empresário Renildo Lima, marido da deputada, que também é conhecida como Helena da Asatur. Parte do valor encontrado estava escondido na cueca do empresário. Ele, que chegou a ser preso naquela ocasião, também é alvo da operação desta quarta.

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A Polícia Federal comunicou que o esquema de compra de votos incluía a criação de uma organização criminosa para a prática de crimes eleitorais. O movimento do grupo, na época, foi estimado em 2 milhões de reais. A Polícia Federal não esclareceu quais candidatos teriam sido beneficiados pelo suposto crime.

Ademais de Renildo, outras cinco pessoas foram detidas naquele momento, incluindo dois policiais que realizavam a segurança dos integrantes da organização durante o levantamento e o transporte dos valores. Todos foram libertados no dia subsequente à operação.

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A deputada do MDB negou irregularidades no dinheiro apreendido com o marido, afirmando que não configura crime movimentar recursos próprios. Ela justificou que os valores não estavam relacionados à compra de votos. CartaCapital não obteve contato com a dupla nesta quarta-feira. O texto poderá ser atualizado caso haja manifestação.

Xaud, por sua vez, declarou-se disponível às autoridades para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários. Em nota divulgada pela CBF, ele confirmou ter sido alvo da operação, mas afirmou não ser o centro das investigações. A PF, inclusive, não esclareceu qual o papel do presidente da CBF no suposto esquema. Conhece-se que Xaud é filiado ao MDB e concorreu a deputado federal pelo partido em 2022.

É importante ressaltar que a operação não tem qualquer relação com a CBF ou futebol brasileiro e que o presidente da entidade, Samir Xaud, não é o centro das apurações. A CBF esclarece que, até o momento, não recebeu nenhuma informação oficial sobre o objeto da investigação.

A organização também informou que não houve a subtração de equipamentos ou materiais após as buscas em sua sede no Rio de Janeiro, que, segundo a CBF, são um “desdobramento de investigação determinada pela Justiça Eleitoral de Roraima”.

Fonte por: Carta Capital

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.