Delegado da Polícia Federal apura que está sendo investigado ao depor como testemunha no Supremo Tribunal Federal
Tomas de Almeida Vianna declarou como testemunha de defesa no caso envolvendo o núcleo 2 da trama golpista, após ser alvo de inquérito relacionado à atu…

O delegado da PF, Tomas de Almeida Vianna, identificou, em depoimento no STF na terça-feira (15), que é investigada pelo Ministério Público.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A Procuradoria-Geral da República (PGR) indicou que Vianna está sendo investigada quanto à atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na tentativa de impedir o exercício do direito ao voto de eleitores considerados contrários a Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
Vianna foi indicado como testemunha do ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF, Fernando de Sousa Oliveira. Ele é réu no núcleo 2 da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Leia também:

Conselho do FGTS autoriza o pagamento de R$ 12,9 bilhões aos beneficiários

Executivo de aplicativo de carros blindados afirma que a receita aumentou 30% a cada mês

CNI afirma que o investimento dos EUA no Brasil aumentou 229% nos últimos 10 anos
Ao ser chamada para depor, a procuradora-geral solicitou a remoção da testemunha a fim de assegurar o direito de Vianna de não se autoincriminar, ainda que ele não tivesse sido formalmente indiciado.
Diante da intervenção, Vianna declarou que sempre prestara depoimentos na condição de colaborador e que desconhecia ser investigado. O delegado solicitou que pudesse se abster de responder questões que pudessem configurar autoincriminação, o que foi atendido.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Vianna podia permanecer em silêncio, porém optou por responder a algumas das perguntas.
Em 2022, Vianna era coordenador-geral de inteligência do Ministério da Justiça.
Ele estava diretamente subordinado a Marília Ferreira de Alencar, delegada da PF, ex-diretora de Inteligência do MJ e também réu no núcleo 2 da trama golpista.
Vianna afirmou nunca ter enfrentado dificuldades com a chefia. Declarou ainda não ter testemunhado nenhuma ação ou ordem que estivesse fora do escopo legal de atuação da coordenação.
Também declarou nunca ter recebido ordens do ex-ministro Anderson Torres para influenciar as ações das forças de segurança em função da inclinação política de cada estado.
Outro caso parecido.
Em maio, durante a audiência de testemunhas do núcleo 1 do plano de golpe, outro delegado da PF teve sua investigação pela PGR revelada na oitiva.
Caio Rodrigo Pelim estava sob investigação no processo que apurava a prática de blitzes no segundo turno das eleições, com o intuito de dificultar o acesso de eleitores do Nordeste às sessões de votação.
Pelim foi chamado para depor em favor do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, e, no início da sua oitiva, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, informou que ele estava envolvido em outra investigação.
“Eu fico um pouco surpreso”, declarou Pelim. “Eu fui ouvido como testemunha e não tenho conhecimento de qualquer investigação envolvendo meu nome”, completou.
Ele não exerceu o direito ao silêncio e respondeu apenas às perguntas que não o autoincriminaram.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.