Defesa destaca a preferência do relato de Mauro Cid, o delator considerado mentiroso
Oliveira Lima censurou veementemente o conteúdo das alegações conclusivas apresentadas pelo procurador Paulo Gonet Branco ao Supremo Tribunal Federal.

O criminalista José Luís Oliveira Lima, que defende o general Braga Netto, declarou nesta terça (15), que o procurador-geral da República Paulo Gonet Branco preferiu o relato fantasioso do delator Mauro Cid. “Existem documentos nos autos provando que Mauro Cid mentiu sobre o que ocorreu no encontro na residência do general”, afirma Oliveira Lima em referência a uma reunião onde, segundo o delator, o tema central foi o golpe. “O delator disse que foi falado sobre atos golpistas nesse encontro após ele ter saído, para assessorar o então presidente em uma reunião virtual”, sustenta Oliveira Lima. “Mas está provado nos autos que a tal reunião virtual havia ocorrido às 15h e Mauro Cid somente chegou na residência do general Braga Netto com outros dois militares por volta das 16h.”
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Oliveira Lima criticou veementemente o conteúdo das alegações finais da ação do procurador Paulo Gonet Branco, apresentadas ao Supremo Tribunal Federal. O criminalista considera que a PGR ignorou os esclarecimentos precisos e claros do general Braga Netto. Braga Netto, preso desde dezembro de 2024, foi ministro-chefe da Casa Civil e também da Defesa do governo Bolsonaro. O general é um dos oito réus do denominado “núcleo crucial” da trama do golpe. O ex-presidente Jair Bolsonaro é apontado como o líder do plano que pretendia mantê-lo no poder. Nas alegações finais, o procurador-geral atribui a Braga Netto os mesmos cinco crimes que imputa a Bolsonaro – tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado, cujas penas máximas, somadas, podem chegar a 43 anos de reclusão.
A Promotoria retomou a afirmação de que o general Braga Netto agiu de forma “incisiva” para assegurar o sucesso da empreitada golpista, coordenando as ações mais violentas da organização criminosa e liderando iniciativas para pressionar o Alto Comando do Exército. Segundo a PGR, Braga Netto foi responsável pelo monitoramento de autoridades consideradas “adversárias políticas” do governo, como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal – relator da ação penal contra todos os 8 réus envolvidos no suposto núcleo crucial do golpe.
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O defensor de Braga Netto acredita que a sua delação não se sustenta. Por insistência, o ministro Alexandre de Moraes ordenou a realização de uma acórdão entre o delator e o general. “Além das mentiras, durante a acórdão, o próprio delator deixou claro que não tem absolutamente nenhuma prova de que, após esse encontro, o general teria supostamente lhe entregado dinheiro para financiar qualquer plano ilícito”, protesta Oliveira Lima. Segundo o advogado, “não por acaso, as alegações da PGR não apresentam uma única prova que sustente essas acusações”. “Interessante também que a PGR simplesmente não contesta ou refuta as nossas afirmações sobre as mentiras e inconsistências nas falas de Mauro Cid. Ao contrário, assume que o delator não colaborou efetivamente”, enfatiza o criminalista.
Com informações do Estadão Conteúdo
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Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.