Os mercados são, de fato, nervosos e voláteis. Frequentemente, seus números, tanto para cima quanto para baixo, refletem apenas reações passageiras. Contudo, essa não parece ser o caso da recente reação de milhares de agentes econômicos, que provocou queda na bolsa de valores e alta do dólar, após uma decisão monocrática do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Flávio Dino.

Ao tentar proteger Alexandre de Moraes, alvo de sanções impostas pelos Estados Unidos, Flávio Dino colocou setores importantes da economia brasileira em uma situação delicada. A consultoria de risco Eurasia, parceira de conteúdo do site WW, apontou que o país se encontrava entre o martelo e a bigorna.

A razão por trás da reação é simples de entender e foi compreendida por diversos agentes econômicos. Se bancos ou empresas brasileiras buscam manter qualquer tipo de relação com os Estados Unidos — como realmente desejam — precisam observar a legislação americana. Isso compreende a aplicação das severas sanções contra Alexandre de Moraes, o que pode levar, por exemplo, à recusa de prestar serviços no Brasil à pessoa sancionada, mesmo que isso contrarie a decisão do ministro Flávio Dino.

Esses agentes econômicos identificaram uma decisão de caráter político, proveniente do STF, com grande potencial para agravar a já precária relação entre Brasil e Estados Unidos. Por “decisão política”, compreende-se uma resposta direta da Suprema Corte brasileira ao governo americano, algo que, pelo menos em razão do senso de diplomacia e institucionalidade, deveria ser evitado ou, no mínimo, deixado sob a responsabilidade do Poder Executivo.

O quadro geral dessa crise bilateral é de rápida deterioração, com uma evidente chance de perda de controle da situação. Foi exatamente o que os economistas observaram na atitude de Flávio Dino, em nome do Supremo Tribunal Federal.

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Fonte por: CNN Brasil