Curdistão: Petróleo curdo volta a jorrar e dispara preços internacionais

Petróleo curdo retorna a jorrar em oleoduto interrompido há mais de dois anos, gerando alívio na região.

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(Imagem de reprodução da internet).

Retomada de Exportações de Petróleo Curdo Impulsiona Queda nos Preços

As cotações do petróleo no mercado internacional, que operavam entre US$ 60 e US$ 70 por barril, sofreram uma nova queda com a retomada das exportações de petróleo provenientes do Curdistão. Essa commodity, que antes estava parada há mais de dois anos, agora segue pelo oleoduto da região semi-autônoma até o porto de Ceyhan, na Turquia.

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Origem do Petróleo

O petróleo curdo, que não era exportado desde setembro de 2023, é extraído em campos da região semi-autônoma do Curdistão, no norte do Iraque. O oleoduto transporta a commodity até o porto de Ceyhan, facilitando o acesso ao mercado internacional.

Motivos da Suspensão

A suspensão dos envios de petróleo curdo, que somavam 450 mil barris por dia, estava relacionada aos esforços dos curdos em buscar a independência do Iraque. Em 2014, o governo iraquiano fechou o oleoduto, alegando que a Turquia violava um acordo ao negociar petróleo com o Governo Regional do Curdistão (KRG).

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Decisão Arbitral

A Câmara Internacional de Comércio decidiu a favor do Iraque, e a Turquia respeitou a decisão da arbitragem. Essa atitude interrompeu a atividade do oleoduto, e a Turquia teve que pagar US$ 1,5 bilhão aos iraquianos como compensação por exportações não autorizadas.

Retomada das Exportações

O Iraque retomou a exportação de até 230 mil barris de petróleo bruto por dia, o volume que agora retorna ao mercado internacional. O oleoduto voltou a funcionar após um acordo entre o governo iraquiano e o governo regional curdo, um entendimento inédito até então.

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Participantes do Acordo

A estatal iraquiana é responsável por exportar o petróleo dos campos curdos até a Turquia. Oito petrolíferas operam no Curdistão iraquiano e se juntaram ao acordo.

O subsecretário do Ministério do Petróleo do Iraque, Bassem Mohamed, informou à Reuters que a retomada dos fluxos de petróleo curdo ajudará a aumentar as exportações do país para quase 3,6 milhões de barris diários de petróleo nos próximos dias.

Impacto Global e Perspectivas

A volta do petróleo curdo ao mercado global ocorre em um momento de aumento da produção pela OPEP+ e seus aliados. Desde abril, a organização ampliou suas cotas de produção em mais de 2,5 milhões de barris diários, cerca de 2,4% da demanda global.

A expectativa é que o cartel aprove um novo aumento de 137 mil barris diários na reunião do próximo dia 5 de outubro, conforme apurou a Reuters.

Alguns analistas preveem que o mercado já vê o petróleo a US$ 50 em 2026.

Fatores Adicionais e Perspectivas

Um acordo de paz em Gaza, ainda que desejado por todo o mundo, é outro fator que pressiona os preços do petróleo para baixo. A guerra traz restrições às exportações oriundas do Oriente Médio e, com o fim do conflito, libera o fluxo da commodity em um mercado global já saturado.

O presidente dos EUA, Donald Trump, apresentou um plano para encerrar a guerra na Faixa de Gaza, após conversa por telefone com os líderes de Israel e do Catar. Segundo a Bloomberg, a proposta, que prevê que o Hamas não tenha nenhum papel no futuro de Gaza, precisa ser aceita pelo grupo fundamentalista, que teria de concordar com concessões substanciais. Trump alertou que, “se o Hamas rejeitar o acordo”, o premiê israelense Benjamin Netanyahu terá “total apoio” dos Estados Unidos para atacar o grupo.

Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.

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