Cúpula do Mercosul começa em meio a frustrações

A Cúpula do Mercosul inicia nesta sexta-feira (19) com um clima de descontentamento em relação ao acordo com a União Europeia. Os países da América do Sul esperavam que a reunião em Foz do Iguaçu (PR) resultasse na assinatura do tratado entre os blocos, o que não ocorrerá.

A França e a Itália solicitaram o adiamento da votação do acordo no Conselho Europeu, que reúne os líderes do continente, bloqueando temporariamente o tratado. Sem a aprovação do colegiado, Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, não pode proceder com a assinatura.

O principal obstáculo é a pressão de agricultores europeus, que se opõem ao acordo, temendo que a entrada de produtos sul-americanos prejudique seus negócios. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou que pode persuadir o setor agrícola e facilitar a assinatura em janeiro, e o Mercosul concordou em aguardar.

Expectativas para a Cúpula

Dessa forma, a Cúpula não contará com a assinatura ou conclusão de acordos comerciais. O tratado de livre comércio com os Emirados Árabes Unidos está próximo de ser finalizado, segundo diplomatas, mas não haverá anúncio durante a Cúpula.

No Paraná, a presidência brasileira no Mercosul busca avançar em diversas frentes negociais, visando acordos com Emirados, Canadá, Japão, entre outros. Além disso, parcerias nas áreas de segurança, financiamento e energia devem ser estabelecidas.

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A expectativa é que a Cúpula de Líderes, programada para sábado (20), receba os presidentes da Argentina, Javier Milei; do Uruguai, Yamandú Orsi; do Paraguai, Santiago Peña; e do Panamá, José Raúl Mulino, novo Estado associado do bloco. A única ausência será a de Rodrigo Paz, recém-eleito na Bolívia.

Início dos trabalhos em Foz do Iguaçu

O dia de hoje é marcado pela chegada dos ministros de Relações Exteriores dos Estados partes e associados do Mercosul à Cúpula. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, recebe seus colegas, participa de reuniões, oferece um almoço e registra a tradicional foto oficial com os representantes dos demais países.

O primeiro dia também será destacado pela inauguração, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de uma nova ponte entre Brasil e Paraguai sobre o Rio Paraná, em Foz do Iguaçu. A obra, que teve um investimento de R$ 1,9 bilhão dos dois países, terá o tráfego liberado gradualmente.

Com 760 metros de extensão total, a nova ponte foi financiada pela Itaipu Binacional, em um arranjo institucional que envolveu o governo brasileiro, o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e o governo do Paraná.