Cúpula de Movimentos Populares denuncia ataque e avanço da violência política na Colômbia
Organizações alertam para teorias extremistas em ataques; incidente aprofunda violência política na Colômbia.
Ataque à Cúpula Nacional Popular em Bogotá
A Cúpula Nacional Popular, que reúne movimentos de diversas cidades colombianas, sofreu um ataque com bombas caseiras no final de semana em Bogotá. A organização registrou ao menos sete explosões, consideradas uma ameaça a mais de 1.500 participantes do evento, realizado na Universidade Pedagógica Nacional.
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Ninguém ficou ferido. As explosões, que ocorreram entre as 9h e as 18h de sábado (27), foram identificadas como suspeitas de serem provocadas por dispositivos improvisados, com a possível utilização de cloro. A segurança do evento investiga a autoria do ataque, com foco em grupos paramilitares ligados ao narcotráfico.
Investigação e Medidas de Segurança
A equipe de segurança da cúpula, coordenada por Isabela*, verificou a área, utilizando táticas de busca e identificando garrafas plásticas nos locais dos ataques. A investigação inicial indica que os explosivos não foram lançados por membros das delegações presentes no evento.
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Cada organização participante trouxe seu próprio esquema de segurança, que se complementou com a organização de uma equipe de busca e verificação da área da universidade. A suspeita é de que o ataque tenha sido realizado por grupos paramilitares com atuação em unidades de ensino.
Segurança Popular e Guardas Populares
O esquema de segurança da cúpula se baseou no conceito de “segurança popular”, que utiliza as Guardas Populares como ferramenta de proteção. As Guardas Populares são organizações de defesa indígenas e camponesas, que se baseiam no cuidado comunitário e no conhecimento ancestral.
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Isabela* explica que a utilização das guardas é uma forma de combater a política do medo, praticada por grupos reacionários. O símbolo das guardas é o chamado “bastão de comando”, um porrete com fitas coloridas em uma das pontas, que representa a proteção do território e dos cidadãos.
Violência Política e Contexto Colombiano
O ataque em Bogotá se insere em um cenário de crescente violência política na Colômbia. Apesar da política de paz total do presidente Gustavo Petro, episódios de violência contra lideranças sociais, indígenas, camponesas e ex-combatentes continuam em patamares elevados.
Organizações como o Indepaz registram um número alarmante de assassinatos de líderes sociais, com quase 2 mil casos entre 2016 e 2024. A fragmentação das Farc-EP e disputas territoriais entre grupos armados agravam a situação, dificultando a proteção de lideranças e comunidades.
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.












