Crise dos Correios é afetada por política e gestão, afirma professor; estatal planeja reestruturação e empréstimo de R$ 20 bilhões

Estatal divulga plano de reestruturação e captação de empréstimo de R$ 20 bilhões para impulsionar suas operações.

18/10/2025 15:29

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Correios Anunciam Reestruturação em Meio a Crise Financeira

Os Correios divulgaram nesta quarta-feira (15) um plano de reestruturação para lidar com uma crise financeira sem precedentes, caracterizada por prejuízos bilionários acumulados nos últimos três anos.

Em entrevista à CNN Brasil no sábado (19), Claudio Felisoni, professor da FIA Business School, explicou que a situação crítica é resultado de fatores estruturais, como inovações tecnológicas, além da gestão da empresa. “Mudanças importantes impactam volumes, mas isso não justifica os prejuízos recorrentes. É preciso analisar a conduta das empresas”, afirmou.

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Felisoni destacou que as principais dificuldades estão relacionadas à gestão das estatais, incluindo interferência política, gestão inadequada, influência nas políticas de preços e a escolha de profissionais.

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Empréstimo para Salvar as Contas

O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, confirmou que a estatal está em negociação para um empréstimo de aproximadamente R$ 20 bilhões com bancos estatais e privados, com garantia do Tesouro Nacional, visando equilibrar as contas em 2025 e 2026.

Esse anúncio ocorre em um contexto de rombo bilionário nas finanças da empresa. Rondon ressaltou que os detalhes do empréstimo ainda estão em fase de “negociação”.

Impacto nas Contas Públicas

Os Correios estão entre as estatais deficitárias, acumulando prejuízos que somam R$ 8,3 bilhões. Felisoni observa que essa situação reflete um padrão identificado em estudos de instituições como o Banco Mundial e o FMI, que revelam um desempenho inferior das estatais em comparação com as privadas, especialmente em países de baixa renda.

O professor exemplificou que a dívida pública em relação ao PIB aumentou de 47% em janeiro de 2023 para 56% em agosto do mesmo ano, representando um crescimento de 8 pontos percentuais em menos de quatro anos.

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.