Crise do IOF revela “ausência de plano” de Lula, diz Temer
O ex-presidente Temer afirmou, em entrevista ao Poder360, que seu governo possuía um projeto e que este obteve resultados “razoavelmente” positivos.

O ex-presidente Michel Temer declarou, na sexta-feira (30.mai.2025) ao Poder360, que o impasse em relação ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) evidencia a “falta de projeto” do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Aquele relato sobre a ausência de planejamento, certo? No meu governo, houve um período de dois anos e meio, mas eu possuía um programa que era a Ponte Para o Futuro. Tudo o que realizamos estava vinculado à Ponte Para o Futuro. Por isso, considero que obteve-se resultados satisfatórios. Declarou o interlocutor, após sua participação no Fórum Lide COP30, realizado em Bonito (MS).
Há quatro meses, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negava que o governo estivesse estudando aumentar o IOF no mercado cambial para frear a saída de dólares.
O decreto sobre o imposto publicado na última semana gerou diversas manifestações do setor empresarial e de agentes do mercado financeiro. Ex-diretor do Banco Central, o economista Tony Volpon defendeu que a medida representava um evidente “controle cambial”.
Haddad revogou uma parcela do decreto em questão de horas, em especial a relacionada à taxação de remessas para o exterior destinadas a investimentos. Para evitar oscilações nos mercados financeiros, programou uma entrevista com a imprensa a fim de esclarecer que não havia impedimento em ajustar essa medida.
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A reação do Congresso foi tão negativa quanto no setor produtivo. Os parlamentares estabeleceram um prazo de 10 dias para que o governo apresentasse medidas alternativas à elevação do imposto.
Existem algumas sugestões em discussão, porém nenhuma delas possui total concordância interna. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, indicou que a tributação de jogos de apostas esportivas online pode ser útil em certa medida.
Existe também a possibilidade de cobrança em operações com criptomoedas. No entanto, nada disso é considerado suficiente pela equipe que gerencia as contas públicas.
O Congresso Nacional não rejeita um ato do Poder Executivo há 25 anos. Aparentemente, se não houver renúncia ao aumento do IOF, essa será a solução da Câmara e do Senado. Essa é a situação, segundo Motta.
Temer declarou acreditar que um candidato moderado possui “muita chance” nas eleições de 2026. Ele afirmou que as discussões sobre direita e esquerda se tornaram obsoletas e que o interesse do público reside em uma “certa moderação”.
“Não gosto muito desta centralidade, direita e esquerda, acho que não existe mais. O que o povo quer é uma certa moderação”, disse.
O ex-presidente busca unir governadores em prol de uma terceira via para as eleições. Essa iniciativa, denominada Movimento Brasil, visa construir uma candidatura de centro-direita como alternativa à polarização política liderada pelo presidente Lula e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ao Poder360, Temer afirmou que a proposta é desenvolver um programa para o país que se opõe ao dos concorrentes. Dessa forma, as pessoas poderiam escolher entre a melhor oferta, e não apenas entre nomes.
O que o brasileiro deseja é cessar essa disputa, digamos, inflamada que prevalece no país atualmente entre indivíduos, entre empresas, entre instituições. O que o povo quer é moderação e equilíbrio. Um candidato que possua credibilidade política e que seja capaz de propagar essa moderação, terá grande oportunidade.
O jornalista Mateus Maia viajou por convite do Lide.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.