Cris Gambaré analisa futebol feminino no Brasil e sugere diretrizes para clubes

A comentarista da CNN Esportes S/A, Cris Gambaré, manifestou satisfação com o cenário atual do futebol feminino no Brasil. A coordenadora de Seleções Femininas da CBF considera que ocorreu uma notável evolução em um curto período.

Ele acrescentou: “Em outro momento, foi um momento muito positivo. Eu achava que nós iríamos demorar muito mais e foi realmente dentro desse trabalho dos clubes, do movimento nacional, movimento estadual, hoje está muito mais respeitado.”

Atualmente coordenadora da Seleção Brasileira, Cris teve uma trajetória muito bem-sucedida no Corinthians. Durante nove anos com a liderança da gestora, as Brabas alcançaram todos os títulos possíveis. Cris afirma que essa mudança de contexto não é recente apenas no Brasil, mas em toda a América do Sul.

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Este trabalho de revolução ocorre, principalmente, no cenário brasileiro e na América do Sul, pois esse cenário começou a melhorar de fato nos últimos oito anos. Oito anos atrás, após a Copa do Mundo de 2019, o ambiente começou a aquecer um pouco mais. E eu acredito muito que estamos no caminho certo, que nós estamos trabalhando tudo certo, os clubes estão entendendo.

Realizar independência financeira

A questão financeira ainda é um tabu para a maioria dos clubes. É frequente, por exemplo, que equipes femininas sejam dissolvidas após o rebaixamento das equipes masculinas dos mesmos clubes.

Cris Gambarê reconhece que a modalidade ainda não é autossustentável em termos gerais. Contudo, a coordenadora da Seleção Feminina aponta para os clubes como o caminho para os times femininos terem independência financeira.

Ainda não é autossustentável, a não ser que alguns clubes consigam se manter com patrocinadores e realmente o implementem. Tenho muita propriedade em falar do passado, quando eu estava no Corinthians, eu tinha muito patrocínio, mas eu consegui fazer na época um segundo patrocinador, a bilheteria. Outros clubes ainda não conseguem trabalhar dessa forma. Então, existe um abismo, mas não é difícil mudar essa rota e fazer com que isso seja revertido.

Os grandes clubes, Palmeiras, o próprio São Paulo, Flamengo, realmente hoje têm um subsídio de patrocinador muito maior do que no passado. Então, eu acredito que sabendo fazer esse jogo de negócios, consegue fazer com que isso se movimente e que se pague o departamento.

Salários mais altos.

Apesar da lacuna mencionada por Cris Gambaré, a situação atual é superior à da última década. Com investimentos ampliados, os salários também são mais elevados. Contudo, ainda não se aproximam das montagens do futebol masculino.

Vivemos uma realidade distinta (da masculina). Não há uma base de mercado consolidada. Alguns clubes conseguem investir um valor maior, outros um valor menor, portanto, ainda não se consegue mensurar. Mas, no máximo, algumas atletas de destaque atualmente recebem acima de R$ 100 mil.

Para Cris, essa atividade deve ser analisada em perspectiva. Embora as jogadoras de destaque do país já recebam na faixa dos três dígitos, a gestora acredita que a maioria das atletas não auce mais do que de R$ 10 a R$ 15 mil. Apesar dos valores, que se mostram modestos em relação ao masculino, o futebol brasileiro reconhece maior valor às atletas em comparação com alguns países da Europa.

Fora do país, o pagamento é bom, mas muitos ainda não conseguem se aproximar do Brasil. Contudo, você participa de um campeonato diferenciado, estará competindo em uma Champions League, então há também um sonho de estar fora do país e buscar o que há de diferente. Muitas acabam saindo também por conta desse sonho e são valorizadas lá fora. Então existe um cenário um pouco diferente do que se vê no masculino, no feminino é um pouco diferente.

CNN Esportes S/A

Com Cris Gambaré, o CNN Esportes S/A alcança a 102ª edição. Apresentado por João Vitor Xavier, o programa trata dos bastidores de um mercado que movimenta bilhões e é um dos mais lucrativos do mundo: o esporte.

Em destaque, os temas mais relevantes do universo do futebol, sob a ótica da economia e dos negócios.

Fonte por: CNN Brasil