Criminosos ligados aos houthis comercializam armas no Telegram e no WhatsApp

Relatório indica o emprego de plataformas para o comércio ilegal de fuzis, lançadores de granadas e armas dos EUA no Iêmen.

16/07/2025 15:19

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Criminosos ligados aos houthis comercializam armas no Telegram e no WhatsApp
(Imagem de reprodução da internet).

Criminosos que traficam armas, conectados aos houthis, do Iêmen, estariam utilizando o X (ex-Twitter) e o WhatsApp Business para vender armamentos de guerra, em clara afronta às políticas dessas empresas de tecnologia e às sanções internacionais contra o grupo apoiado pelo Irã. A informação faz parte de um relatório divulgado na terça-feira (15.jul.2025) pelo TTP (Tech Transparency Project).

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A investigação revelou pelo menos 130 contas no X sediadas no Iêmen que ofereciam rifles de alta potência, lançadores de granadas, metralhadoras e outros equipamentos militares. Várias dessas contas indicavam sua localização em Sanaa, capital iemenita controlada pelos houthis, e apresentavam abertamente emblemas do grupo ou conteúdo pró-houthi.

Apesar das políticas do X e da Meta proibirem a venda de armas, o relatório demonstra que as atividades ilegais continuam evidentes. Mais de cinquenta por cento das contas iemenitas no X foram criadas após a aquisição da plataforma por Elon Musk em 2022, e diversas utilizavam recursos avançados, incluindo vídeos longos e categorias profissionais, como “loja de armas” e “comércio varejista”.

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Algumas publicações foram acompanhadas por anúncios pagos. Isso, segundo o relatório, suscita suspeitas de que a plataforma pode estar obtendo lucros indiretamente com o conteúdo.

Já no WhatsApp, as contas comerciais associadas a esses perfis do X disponibilizavam catálogos com dezenas de armas, incluindo rifles norte-americanos M4 com acessórios militares e pistolas Glock personalizadas com símbolos dos EUA. De acordo com o TTP, 28 dessas contas deixavam evidente em suas descrições que operavam na compra e venda de armas. Algumas ainda estavam conectadas a perfis no Facebook e no Instagram.

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A Meta declara que não tem acesso ao conteúdo das mensagens, que é protegido por criptografia, mas que analisa os catálogos e perfis comerciais. Contudo, as contas permanecem ativas e o relatório não identificou sinais de ação por parte da empresa.

Segurança e laços com o Irã.

Os hutíes, considerados uma organização “terrorista” pelo governo dos EUA, têm intensificado ataques a navios no Mar Vermelho e já manifestaram apoio em retaliação iraniana contra alvos americanos. O relatório destaca que parte das armas à venda pode ter vindo de estoques abandonados por forças dos EUA no Afeganistão, alimentando um mercado internacional ilegal acessado por grupos extremistas.

TTP não comentou as descobertas, nem o X, nem a Meta.

O relatório aponta que o caso revela não apenas a falha das plataformas em aplicar suas próprias regras, mas também um risco à segurança internacional, ao possibilitar que um grupo armado sob sanções continuasse operando e obtendo lucros nas maiores redes sociais do mundo.

Fonte por: Poder 360

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.