CPMI do INSS: Prisões e Delações Revelam Esquema de Desvio de Aposentadorias

Senador Marcos Viana lidera operação da CPMI do INSS com prisões e investiga desvio de aposentadorias. “Núcleo principal” do esquema é preso, com foco em políticos e funcionários públicos. A investigação, coordenada com o STF, busca desmantelar quadrilha que prejudicou milhares de brasileiros

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(Imagem de reprodução da internet).

Investigação da CPMI do INSS Avança com Prisões e Novas Operações

O senador Marcos Viana, presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), anunciou nesta quinta-feira, 13 de novembro de 2025, avanços significativos na investigação sobre o esquema de desvios de aposentadorias e pensões.

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A operação, que resultou na prisão do “núcleo principal” do esquema, indica que a comissão está no caminho certo para desmantelar a quadrilha que, segundo o senador, “tomou de assalto as aposentadorias brasileiras”.

As prisões, que envolveram 10 mandados de prisão preventiva e 63 de busca e apreensão em 15 estados e o Distrito Federal, confirmam a atuação das forças de segurança, incluindo a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU). O ex-presidente do INSS e o ex-ministro da Previdência foram alvos da operação, assim como o deputado federal (Republicanos-MG) e o deputado estadual Edson Araújo (PSB-MA).

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Estrutura do Esquema de Desvio

O senador Viana detalhou a estrutura do esquema em três escalões. O primeiro escalão é composto por políticos e autoridades que indicaram e protegeram os servidores envolvidos. O segundo escalão é formado por funcionários públicos de carreira que se corromperam e mantiveram os desvios de governo em governo.

E o terceiro escalão é composto por “laranjas” – operadores e indivíduos que receberam e sumiram com o dinheiro desviado.

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“Esses foram os que receberam e sumiram com o dinheiro e que hoje foram presos em boa parte”, afirmou o congressista, ressaltando que o objetivo da investigação é identificar todos os responsáveis pelo esquema, incluindo aqueles que enviaram o dinheiro para o exterior ou o convertiram em bens no Brasil.

Cooperação e Delações

O senador Viana informou que a CPI mantém diálogo frequente com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, relator de ações relacionadas ao caso. Há delações em negociação, incluindo a do empresário Maurício Camisotti, indicado como um dos operadores do esquema. “Estamos acompanhando, mas não posso revelar detalhes”, disse o congressista, explicando que as colaborações só avançarão após o fechamento do relatório final da comissão, que reunirá provas e depoimentos.

“Uma delação premiada só pode ser feita quando a culpa da pessoa está bem definida e bem embasada em provas. Depois disso, vamos avaliar se essas informações acrescentam algo”, afirmou. O senador também ressaltou que a investigação está em andamento e que “ainda tem muita sujeira para ser varrida”, indicando que novas operações serão deflagradas em breve.

“Nós estamos caminhando para o esclarecimento completo. Ainda há muito trabalho a ser feito”, concluiu o senador, reafirmando o compromisso da CPI em dar respostas ao povo brasileiro e em garantir que os culpados não ficarão impunes.

Avanços na Investigação e Próximos Passos

O senador Marcos Viana enfatizou que a operação desta quinta-feira (13.nov) confirma que a comissão está “no caminho certo” e desmonta críticas de que a investigação seria “apenas um ato teatral”. Ele ressaltou que a prisão do “núcleo principal” do esquema representa um marco importante na luta contra os desvios de recursos que prejudicaram milhares de aposentados e pensionistas brasileiros.

“Minha indignação é quando diziam que a CPMI não daria em nada. Senhores, não há na história uma comissão que tenha prendido mais pessoas e que esteja dando mais respostas”, declarou a jornalistas no Senado.

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.

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